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Luxo no Brasil deve movimentar €3 bilhões em 2013, avalia estudo da Bain & Company

Região das Américas supera China em crescimento do mercado de luxo 
 Revertendo a tendência dos últimos anos, a região das Américas é o destaque no segmento de luxo, com estimativa de crescimento de 4% para 2013 (versus 2012), ultrapassando o crescimento estimado para a China de 2,5%, uma vez que os gastos com luxo na China estão mais moderados. O ritmo constante de aberturas de lojas em cidades de segundo nível no interior dos Estados Unidos tem impulsionado o crescimento das vendas no país. Outro fator que impulsiona o crescimento nas Américas é o gasto com produtos de luxo por um número cada vez maior de chineses que, agora, visitam cidades ocidentais nos Estados Unidos (como Las Vegas e Los Angeles). Essa é a conclusão do estudo “Luxury Goods Worldwide Market Study 2013” da Bain & Company, apresentado em Milão em colaboração com Altagamma (associação comercial de bens de luxo da Itália).
Em todo o mundo, os gastos com bens de luxo crescerão 2%, registrando € 217 bilhões em taxas de câmbio de 2013, enquanto os desafios econômicos na Europa continuam e a China inicia a transição de um país que estava se expandido no mercado para uma nação que faz a manutenção da rede das grandes marcas de luxo que entraram no país nos últimos anos. No entanto, é importante observar que a taxa de crescimento mascara um impacto significativo da taxa de câmbio. Considerando-se taxas de câmbio constantes, o crescimento do mercado teria chegado a 6% para este ano, em comparação aos 5% de 2012. A desvalorização do iene é responsável por mais da metade da diferença deste ano.
“O elevado crescimento dos últimos anos estava destinado a ser mais moderado”, disse Claudia D’Arpizio, sócia da Bain & Company em Milão e líder do estudo. “O ponto positivo para as marcas de luxo é que agora elas podem mudar o foco de acompanhamento do presente para planejarem o futuro”.
No Brasil, o mercado de luxo deve movimentar €3 bilhões em 2013, contra os €2,7 bilhões de 2012. Na América Latina como um todo, as vendas neste ano devem arrecadar € 4,9 bilhões. Apesar do crescimento, ainda há espaço para o Brasil se destacar no mercado internacional do luxo. Cláudia D’Arpizio comenta que “o principal desafio no Brasil ainda é representado pelas taxas de importação. A produção local, no caso, se torna uma pré-condição para se extrair o valor real desse mercado. Há categorias – como joias, por exemplo – nas quais produtos feitos no Brasil são muito legítimos por conta da tradição do país em pedras preciosas de cores e ouro”.
Além das Américas, o estudo também mostrou diferenças regionais significantes no mercado de luxo:
·         A Europa terá crescimento de 2%, com o aumento dos gastos feitos por turistas neutralizando os menores gastos realizados pelos próprios europeus. Gastos de turistas agora representam metade das receitas na Itália, 55% no Reino Unido e 60% na França;
·         O Japão terá um declínio de 12%. Ainda que o consumo dos japoneses tenha crescido em 9% depois de um longo período de estagnação, a forte desvalorização do iene aplicou uma sanção sobre as receitas finais das marcas de luxo, mesmo com os consumidores respondendo bem às ofertas das marcas;
·         O crescimento de 4% na China inclui uma divisão do crescimento entre o interior do país, que crescerá 2,5%, e Hong Kong e Macau, que cada vez mais capturam os gastos chineses como mercados turísticos mais próximos do restante do país. Como um todo, os consumidores chineses cresceram de 25% para quase 30% do mercado de luxo, incluindo o consumo de luxo local e compras feitas por turistas no exterior;
·         O Sudeste da Ásia é a estrela em ascensão na região da Ásia-Pacífico, com crescimento de 11%, não somente em Singapura, mas também na Malásia, Indonésia, Vietnã e Tailândia;
·         O Oriente Médio continua relativamente forte, com crescimento de 5%. Vendas continuam fortes em Dubai, enquanto a Arábia Saudita está ganhando participação para se tornar o segundo maior mercado de luxo na região;
·         A África está demonstrando sua atratividade como uma região com potencial, com crescimento de 11% e expansão para novos mercados como Angola e Nigéria, indo além dos tradicionais mercados de Marrocos e África do Sul.
As vendas online continuam a crescer mais rápido que o resto do mercado, com um crescimento de 28% para este ano e chegando próximo de €10 bilhões. Esse valor é quase 5% do total de vendas de luxo e representa mais que toda a receita do mercado na Alemanha. Em vendas online, sapatos é a categoria com melhor performance. A Bain & Company considera este nível de penetração online como um ponto no qual as marcas devem tratar seu canal online como parte integrante de sua estratégia de canais global, ao invés de uma fonte de receita adicional.
Adicionalmente, o estudo da Bain “Luxury Goods Worldwide Market Study” avalia que acessórios, incluindo objetos em couro e sapatos, são definitivamente o maior segmento, crescendo 4% em 2013 e atingindo 28% do total das receitas. Em contraste, vestuário representa um quarto do mercado, crescendo 1%. “Hard Luxury” (joias e relógios), perfumes e cosméticos terminarão 2013 com um crescimento de 2%. Além de bens pessoais de luxo, a análise e previsão da Bain & Company para carros de luxo, vinhos e bebidas, hotéis, alimentação dentro e fora de casa, móveis residenciais e iates mostraram crescimento, com carros de luxo, vinhos e bebidas e hotéis ultrapassando os bens pessoais de luxo levando a €800 bilhões de gastos afluentes, um aumento de 6% do que foi registrado em 2012. Esse número deve chegar a €1 trilhão nos próximos cinco anos.
Por ultimo, o estudo da Bain & Company destaca que, no longo prazo, as marcas italianas ganharam a maior parte das vendas no mercado de luxo, passando de 21% em 1995 para atuais 24%, quase se igualando à fatia de 25% das marcas francesas. No entanto, em um mercado em consolidação, os conglomerados franceses são uma força motriz, proprietários de 29% do mercado em comparação com 25% em 1995.
“O mercado de bens de luxo está se tornando cada vez mais complexo e, em alguns aspectos, começando a se parecer com indústrias mais competitivas, como a de bens de consumo. As marcas perceberam que precisam se adaptar, trazendo o nível de percepção detalhada do consumidor que marcas de comida ou bebida precisam para impulsionar o crescimento”, concluiu D’Arpizio. “Ainda que se mostre estável, as marcas estão se ajustando a um novo conjunto de ferramentas científicas, a fim de manter a criatividade e a excelência do produto no centro de suas estratégias e organizações”.
Principais números
Categoria
Receitas
Previsão de crescimento
2013 (estimado)
2013
Bens de couro
€36 bilhões
5%
Sapatos
€13 bilhões
4%
Vestuário masculino
€27 bilhões
2%
Vestuário feminino
€26 bilhões
1%
Fragrâncias
€20 bilhões
2%
Cosméticos
€23 bilhões
2%
Joias
€13 bilhões
5%
Relógios
€36 bilhões
1%
Total
€217 bilhões
3%
Outras categorias
Carros
€319 bilhões
6%
Vinho e bebidas
€55 bilhões
8%
Hotéis
€138 bilhões
9%
Alimentos
€39 bilhões
3%
Móveis para casa
€19 bilhões
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Iates
€7 bilhões
0%
Mercado
Receitas
Previsão de crescimento
2013 (estimado)
2013
Europa
€74 bilhões
2%
Américas
€69 bilhões
4%
Japão
€17 bilhões
-12%
Resto da Ásia
€46 bilhões
4%
Resto do Mundo
€11 bilhões
6%
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Sobre o estudo “Luxury Goods Worldwide Market Study”
A Bain & Company, em colaboração com a Altagamma – a associação comercial para a indústria italiana de bens de luxo – analisou o mercado e o desempenho financeiro de mais de 250 das principais empresas e marcas do mundo para produtos de luxo. O banco de dados das empresas, conhecidas como “Luxury Goods Worldwide Market Observatory”, tornou-se uma das principais fontes para a indústria internacional de bens de luxo. A Bain publica as suas conclusões anuais em seu “Luxury Goods Worldwide Market Study “, que foi publicado pela primeira vez em 2000. A líder do estudo é Cláudia D’Arpizio, social da Bain & Company em Milão. Altagamma é dirigida por Andrea Illy, que se tornou president da fundação em 2013.
Sobre a Bain & Company, Inc.
A Bain & Company, empresa líder global em consultoria de negócios, orienta clientes em relação a estratégias, operações, tecnologia, constituição de empresas, fusões e aquisições, desenvolvendo práticas que assegurem aos clientes transparência nos processos de mudança e tomada de decisões. A Consultoria trabalha em sinergia com os clientes, vinculando seu fee aos resultados. O desempenho dos clientes da Bain superou o mercado de ações em 4 para 1. Fundada em 1973, em Boston, a Bain conta com 50 escritórios em 32 países e já trabalhou com mais de 4.600 empresas entre multinacionais e companhias privadas e públicas em todos os setores da economia. Para mais informações, acesse: www.bain.com.br. Twitter: @BainAlerts.
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