Candombe e Lubolos O Candombe carrega a herança africana da época colonial. Os negros, trazidos como escravos para o Uruguai foram pouco a pouco transmitindo suas tradições culturais no país sul-americano. Seus tambores funcionavam não somente como atração musical como também na comunicação já que as batidas cadenciadas eram usadas como códigos entre escravos de outras fazendas. O “Desfile de Llamadas”, que acontece nos bairros Sur e Palermo, relembram exatamente isso. São milhares de espectadores que se contagiam com a emoção, força e colorido do espetáculo. Os grupos de Candombe são chamados de comparsas e há três tipos de tambores: “piano”, “rapique” e “chico”. Os instrumentistas (que podem chegar a 70) ficam à frente da comparsa enquanto os demais foliões seguem com suas vestimentas típicas. Personagens históricos também entram na festa como o Gramillero, feiticeiro da tribo e mestre dos tambores, acompanhado por Mama Vieja, velha com trajes coloridos, leque em punho e guarda-chuva. O Escobero, que originalmente guiava os tambores durante o desfile com um bastão, hoje dança com uma pequena vassoura, seguindo o ritmo dos instrumentos. As festas que os escravos faziam na época da colonização durante o ano todo foram se incorporando nos festejos dos colonizadores europeus, a partir do final do século XIX. Nessa época começaram a aparecer os lubolos, brancos que pintavam o rosto de negro. Assim como no Brasil, a mistura e inversão de valores começaram a identificar os desfiles de carnaval. |