Existe uma modalidade de turismo criada para gerar renda e inclusão social a pequenas comunidades do país. O Turismo de Base Comunitária, como é conhecido, foi criado para transformar a vocação cultural de uma região em atividade econômica. A iniciativa de profissionalizar o turismo sempre parte da própria comunidade – e o Ministério do Turismo apoia a qualificação profissional e a organização das atividades da região. O Turismo de Base Comunitária gera renda e desenvolve o local, uma das ambições do Plano Nacional de Turismo (2013-2016). ” É uma forma de gerar turismo de dentro para fora”, afirma o Secretário Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, Fábio Mota.
O TBC já beneficiou mais de 40 comunidades com investimentos de cerca de R$ 6 milhões desde que foi criado pelo MTur, em 2005. Entre os projetos que estão em desenvolvimento, destacam-se as comunidades rurais de Linha Ávila e Serra Grande, de Gramado (RS), que receberam R$ 121 mil do Ministério do Turismo para criar roteiros e organizar a produção.
A comunidade de Linha Ávila é conhecida pela produção de queijos e geleias exóticas, além de massas caseiras, artesanato e vinho. Já Serra Grande destaca-se pela produção de facas, mini hortaliças e flores. Os roteiros ainda estão sendo mapeados e as atividades econômicas organizadas. Em setembro, o roteiro que inclui as duas comunidades será lançado em parceria com agências de viagem. “A ideia é que o turismo acrescente valor à cultura local, mantendo as atividades típicas sem descaracterizá-las”, diz o Coordenador de Projetos de Turismo da Prefeitura de Gramado, Sidnei Pfau. A comunidade da Costa dos Coqueiros, na Bahia, também desenvolveu um projeto de Turismo de Base Comunitária, contemplado pelo MTur. O trabalho atuou em várias frentes, durou dois anos e capacitou cerca de 900 pessoas. Entre as atividades desenvolvidas, houve o treinamento de dez jovens de escolas municipais da região, para que aprendessem a criar um mapa turístico. O Ministério do Turismo investiu R$ 350 mil no projeto. A iniciativa foi de uma ONG de Salvador, em parceria com outros institutos e fundações da Bahia. Antes de iniciar o projeto, a Costa dos Coqueiros, entremeada por cachoeiras, museus e restaurantes típicos, era pouco explorada pelo turismo. Com o mapeamento dos principais atrativos e a distribuição de um guia turístico ilustrado, o destino passou a atrair mais turistas. “Além de qualificar os nossos jovens, a iniciativa lhes trouxe mais autoestima e sentimento de pertencimento à comunidade onde moram, afinal eles puderam participar ativamente do processo de ordenamento turístico da região”, diz o coordenador executivo de campo do projeto, Breno Pessoa. |