Gustavo Henrique Braga

As agências estão aprendendo a lidar com um turista que deseja extrair mais do que belas imagens de um destino turístico. São viajantes que desejam trocar experiências com os moradores e aproveitar o passeio para se aprimorar em algum hobby, seja ele gastronomia, música, dança ou a prática de um esporte.

De olho neste nicho de mercado, a empresária Adriana Lima lançou um site que reúne mais de 150 experiências – 55 delas no Brasil – que podem ser contratadas pelos visitantes. Entre as opções estão curso de artes cênicas e de auto maquiagem em São Paulo, aula de capoeira na Bahia ou aulas de samba no Rio de Janeiro. A ideia surgiu a partir de um blog de viagens mantido por Adriana. “Percebi que o momento mais marcante nos destinos era quando se aprendia alguma coisa nova”, diz. “Com mais pessoas viajando, o crescimento do turismo criativo é uma tendência”, diz a empresária. 

A australiana Lauren Bath ganha a vida com as fotos de viagem que publica na rede social de fotos Instagram. Ela cogita vir para o Brasil oferecer seus cursos e palestras sobre fotografia aos turistas que viajam pelo país. Há cerca de quatro anos ela ainda apostava na profissão de chef de cozinha, mas o modo como registrava suas experiências atraiu os internautas. Um ano depois, Lauren já contava com mais de 200 mil seguidores na rede social.

“Após anos difíceis de serviço na cozinha resolvi me dedicar ao que realmente me fazia feliz: fotografia, viagem e redes sociais”. Com o tempo, Lauren trocou o celular por uma câmera profissional e fez da publicação de fotos de destinos turísticos no Instagram sua profissão.

Na avaliação do ministro do Turismo, Vinicius Lages, além de enriquecer a experiência do visitante, o “turismo de hobby” ajuda a movimentar a economia local, com oportunidades de emprego e renda fora dos pontos turísticos tradicionais. Entre os beneficiados estão professores e guias autônomos, escolas e canais de venda dos cursos, como sites e agências de viagem.