A classe média é a bola da vez no setor hoteleiro. Cada vez mais, esta parcela – que tem uma renda entre R$ 2,9 mil até R$ 7,2 mil- vem investindo em um ramo do turismo antes exclusivo para as classes A e B: viagens de avião e hospedagem em hotéis e resorts. Segundo a Sondagem de Consumidor, realizada pelo Ministério do Turismo/FGV, esta demanda aumentou nos últimos meses, principalmente quando o destino é nacional. Embora a pesquisa trate de uma expectativa de viagens nos próximos meses, os dados ratificam o crescimento das viagens domésticas pelo Brasil nos últimos anos, impactados pela melhoria de renda das famílias brasileiras.
Segundo o diretor do Departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, José Francisco Lopes, há cinco anos, eram 38 milhões de brasileiros viajando pelo país e hoje eles chegam a 63 milhões. Ele lembra que esse crescimento, de mais de 65%, se deve principalmente ao crédito fácil e a economia estável, que deram condições das classes mais baixas terem acesso às viagens. Segundo números da publicação Vozes da Classe Média Brasileira, este público é a camada social com maior índice de ascensão, composta por 94,9 milhões de pessoas, representando 52% da população brasileira, em um segmento que cresceu 14% em 10 anos. Esta camada também movimenta cerca de R$ 1,03 trilhão por ano e é responsável por 40% do PIB até 2020.
Sendo assim, algumas empresas vêm apostando alto para atrair esse público e impulsionar o turismo de lazer, investindo em novidades e serviços especiais, como é o caso do Grupo EcoCharme, em Fernando de Noronha. De acordo com Guilherme Luck, um dos empresários à frente do Grupo, a facilidade de parcelamento e o planejamento foram fatores importantes que permitiram o acréscimo no número de viagens dos brasileiros, principalmente para a Ilha. Ele acredita, ainda, que o planejamento financeiro familiar para viajar é o grande segredo para estas pessoas. “As decisões sobre o destino da viagem são, geralmente, tomadas em família e a compra de um pacote com agências também representa segurança, devido a experiência dos agentes”, revela. Segundo o empresário, esta camada também está atenta à qualidade e ao preço. “Cada vez mais o consumidor tem procurado preços atrativos e benefícios, se dispondo a pagar mais para conhecer novas marcas e lugares. As mudanças apontam para um cliente mais exigente e que deseja ser surpreendido no seu consumo, recebendo um atendimento hospitaleiro”, finaliza.