Iniciou nesta segunda-feira, 1º, a 29ª edição do Congresso Brasileiro da Ciência das Plantas Daninhas, que tem como tema principal “A Ciência das Plantas Daninhas em Clima de Mudanças”. A solenidade de abertura contou com mais de 700 espectadores, que foram agraciados com a apresentação de dança do Grupo de Projeção Folclórica Ana Terra. O evento ocorre no Serrano Resort.
O mundo passa por mudanças impactantes que trazem para a agricultura diversos desafios como: a mudança no “centro de gravidade” financeira global; mudança na demanda por alimentos. Além disso, o planeta passa por alterações no clima, com aumento da frequência de eventos climáticos extremos que podem causar estresses nas culturas agrícolas, pondo em risco a segurança alimentar. Pensando nisso, o congresso discutirá esses e outros assuntos de 1 a 4 de setembro no centro de Convenções do Hotel Serra, em Gramado.
O presidente do congresso, Professor Doutor Jesus Juares Oliveira Pinto falou sobre a importância do tema para o desenvolvimento do Brasil: “Estamos em uma época de novas experiências em nosso país, em todos os setores, e também na agricultura através das plantas daninhas. Teremos uma intensa programação apresentando as mudanças que teremos com relação a alimentos, a água, e a importância das plantas nesse processo”, ressaltou Oliveira Pinto.
Já a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Plantas Daninhas, Patricia Adriana Monquero lembrou do crescimento e da sustentabilidade: “Esperamos que o Brasil siga nos próximo anos seu crescimento, mas de maneira sustentável, e sabemos que as plantas daninhas tem papel fundamental neste processo”, lembrou Patrícia. Ela ainda fez questão de falar que o evento também é feito para aproximar os profissionais da área.
Ainda estiveram presentes na solenidade de abertura do evento, o vice-prefeito de Gramado, Luiz Antônio Barbacovi e a representante do Ministério da Agricultura, pecuária e Abastecimento, Luciana Guerra de Gusmão.
Palestras Internacionais
O segundo dia do congresso começou com palestras internacionais e com o público compenetrado nas apresentações. O pesquisador Lewis H Ziska, dos Estados Unidos, abriu a manhã de terça feira com a palestra “Impacto das alterações climáticas sobre as plantas daninhas”, onde criou questionamentos aos participantes e falou da importância do CO2 para o cultivo das plantas. “As plantas daninhas possuem uma importância significativa no cenário da agricultura”, comenta o pesquisador. Em relação ao manejo com CO2, ele explica: “Com o efeito do aumento de CO2 atmosférico, a produção das plantas aumenta, com isso, é preciso se pensar no nutricional”, diz Ziska.
Já o palestrante Dale Shaner, também pesquisador nos Estados Unidos explanou sobre o tema: “O que perdemos e o que deveríamos mudar”. Ele se surpreendeu da quantidade de jovens participantes e comentou que as plantas daninhas sempre estiveram conosco. “Hoje dependemos dos herbicidas para controlar e manejar as plantas, é o método mais eficaz”, diz o palestrante. Mas também, ele explicou que há perdas de bons herbicidas devido ao crescimento de grandes empresas e fatores ambientais. Devido ao público presente, falou sobre um futuro mais eficiente. “O futuro de vocês é brilhante. Trabalhar com o manejo das plantas será um grande problema, mas temos novas ferramentas, é preciso que os jovens se tornem multidisciplinar para abordar esses problemas”, destaca.
O professor e pesquisador dinamarquês, Per Kudsk, discorreu sobre “Os desafios para a adoção do manejo integrado de Plantas Daninhas no futuro”, onde complementa dizendo: “em relação ao manejo integrado, o uso apenas com herbicidas não resolve, deve ser feito com outras ferramentas eficazes”. A palestra de Bo Melander, também da Dinamarca abordou “Os avanços no controle de Plantas Daninhas através de métodos físicos”. Ao explanar o tema, mostrou inovações de maquinários para o combate das ervas daninhas de diferentes formas.
A programação segue intensa nos próximos dois dias do evento, com palestras nacionais e internacionais, além de apresentações em plenárias de trabalhos de estudantes do Brasil todo.
