A nova revista de bordo das linhas aéreas TAM está circulando o mundo todo dando um excelente destaque para a cidade de Caicó através de artigo publicado pela chef Ana Luiza Trajano que esteve recentemente na cidade. Ela inicia o artigo dizendo que “A pequena Caicó, no Rio Grande do Norte, é um paraíso Goumert a ser descoberto”.
Vamos ao artigo:
Os franceses têm o vinho de Bordeaux, o sal de Guérande, a Poulett de bresse, o foie grás do Périgord, o presunto de Bayonne a Pimenta de Espelette… Tantos produtos identificados como selo de qualidade de sua appellation d’origine contrôllé! A Itália também valoriza o DNA de sua comida; o queijo de Parma, a mostarda Cremona, o tomate de San Marzano, a mussarela napolitana. Nós aqui no Brasil temos as nossas excelências regionais, nem sempre, porém, reconhecidas, e eu gostaria de começar por Caicó.
Caicó? Vocês hão de perguntar. É Caicó, no Rio Grande do Norte. Eu também não sabia. Foi numa visita a São Luiz do Maranhão que conheci o chef Dantas. Faz tempo que ele e a família são radicados no Maranhão. Mas me falaram com tanto orgulho da culinária de Caicó que fiz as malas e na companhia de Dantas, fui conhecer sua terra Natal. Hospedada por dona Neném, saí para explorar as preciosidades locais. Queijo de coalho, sequilhos, biscoitinhos de queijo, o biscoitinho palito, a raiva (mais um tipo de biscoitinho de lá). Produtos feitos com carinho artesanal – uma delícia. Com a grife Caicó. Reconhecida em todo o Nordeste.
Qualidade com hospitalidade. Caicó se esmera para agradar os que têm água na boca. Almoçamos e jantamos na casa de cozinheiros e cozinheiras de primeira linha. Uma festa fora o apetite.
A Alessandra preparou um banquete de receitas regionais: arroz-de-leite, munguzá, farofa d’água, paçoca de carne de sol, carne-de-sol-assada, umbuzada, filhós de mel e suco de cajarana. Já o chef Sandro, do restaurante Brilhante, enveredou por especialidades autorais. Trouxe à mesa um “caviar de caju”, um “caju metido a besta” e um rondelli de macaxeira com carne de sol.
O Brasil é um lauto cardápio de Caicós pedindo para serem descobertos. Cada um com sua especialidade artesanal e sua história afetiva. Sempre deixando no paladar do viajante o gostinho do quero mais e a vontade de voltar algum dia. A Caicó eu sonho voltar agora em julho, para a Festa de Santana. Eles já adoram uma festa e a de Santana é a mais animada. Dizem na cidade que Caicó é “muita festa, pouca água e muita festa”. Eu meto a minha colher: e muita comida boa.
Por: Ana Maria Trajano – Chef do restaurante Brasil a Gosto, de São Paulo, um dos melhores de gastronomia brasileira. Já publicou um livro com o mesmo nome, que tem poesias e fotografias inspiradas por suas viagens pelo país. É consultora do novo cardápio da TAM, o Brasil a Bordo.
Detalhe: Na revista o mesmo texto está escrito ao lado do artigo em língua francesa.