Relembre alguns dos principais fatos do ano e como o setor tem se preparado paras as novas tendências do turismo no país. Foto: Roberto Castro
O ano de 2023 foi marcado pela retomada do protagonismo do turismo no Brasil e pelo resgate de grandes ações e projetos, até então paralisados.
A volta do Salão Nacional do Turismo, depois de 12 anos, e o retorno do reconhecimento das melhores práticas desempenhadas em prol do desenvolvimento do setor, com o Prêmio Nacional do Turismo, foram marcos importantes da Secretaria Nacional de Planejamento, Sustentabilidade e Competitividade da Pasta.
Além disso, a promoção do turismo sustentável, a conservação de áreas naturais e a valorização das culturas locais desempenharam um papel fundamental na construção da política pública do Ministério do Turismo, para um setor cada vez mais responsável e consciente.
Para contar um pouco mais da retrospectiva de 2023, a Agência de Notícias do Turismo bateu um papo com o secretário da SNPTur, Milton Zuanazzi, que falou sobre os principais destaques do ano e como o MTur tem trabalhado na colaboração contínua entre o governo, a indústria do turismo e as comunidades locais, sinalizando um futuro promissor para o desenvolvimento do Brasil.
Vem conferir!
Secretário, queria que você começasse destacando, pelo menos, três ações marcantes neste ano de 2023, no Ministério do Turismo.
O ponto mais marcante, sem dúvida nenhuma, foi nós termos conseguido realizar o Salão Nacional do Turismo, retomado depois de 12 anos, e dentro do Salão, termos instalado o novo Conselho Nacional do Turismo, que tomou posse sábado, dia 16, além de termos entregue o Prêmio Nacional de Turismo, que também há cinco anos não acontecia. Então, esses são os grandes destaques.
Outras atividades importantes também foram realizadas, especialmente a nossa participação nas grandes feiras nacionais, que o Ministério estava fora, como a ABAV, a Festuris e a BTN, em Fortaleza.
Além disso, entregamos o Projeto de Turismo Responsável, que a Pasta fez junto com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e dali saíram 20 ações importantíssimas para expandir essa área. E também, com a Universidade Federal Fluminense termos entregue a primeira fase de um grande trabalho sobre os povos originários que já está publicado.
Então, foi um ano que as realizações foram realmente muito significativas por um período tão curto, que é o período do ministro Celso Sabino à frente do Ministério.
Conta para gente o como foi a volta do Salão Nacional do Turismo.
A volta do Salão foi extremamente relevante para o setor, pois nós conseguimos reunir o Brasil em um só lugar. Mostramos o nosso país e isso é o fato mais relevante. Foi a grande oportunidade tanto para a pessoa, o público presente no Salão, conhecer os destinos, quanto para os destinos se promoverem e apresentarem as suas belezas para quem esteve lá.
Retomar esse evento com todas as dificuldades, em função do tempo que nós tínhamos, foi absolutamente central, e com isso nós retomamos naquele estilo que ele tinha. Trouxemos todos os estados, trouxemos todas as regiões, essa mobilização, que não é tão simples quando se imagina, então tudo isso nos traz uma grande perspectiva. Foi um grande momento, mas traz uma grande perspectiva para 2024.
Secretário, o Ministério do Turismo tem vindo com várias estratégias que mostram uma nova tendência para o setor. Como o senhor enxerga isso a partir dessa política pública que tem sido implementada pela Pasta?
O que mais tem chamado atenção é o movimento de interiorização do turismo no Brasil. A regionalização é uma realidade. Vejo isso com muita felicidade. É algo que há mais de 20 anos a gente debate, desde quando fizemos o primeiro Plano Nacional de Turismo, já tínhamos essa discussão. Então você ver o Brasil caminhando para esse lado é enriquecedor.
Resume para gente, o que faz o Brasil ter esse potencial tão forte para o turismo no mundo
O povo brasileiro, a cultura brasileira e a diversidade ambiental brasileira. Isso ninguém tem. Ninguém tem o nosso povo, ninguém tem a nossa diversidade cultural e ninguém tem a nossa diversidade ambiental.
Esse Brasil que envolve comunidades e povos originários, que envolve populações ribeirinhas, mas não é só população ribeirinha no sentido de visitá-la. É ir lá para a pesca esportiva, ir lá para trilhas de longo curso, ir lá para o ciclo turismo. Nunca esquecendo que o turista, quando ele compra um produto turístico, ele não compra o atrativo, ele não vai num atrativo só porque é bonito, ou talvez vá, vá uma única vez, não gaste nada, e, portanto, não tem muita importância econômica, para ter importância econômica alguém tem que receber, alguém tem que transportar, alguém tem que alimentar esse turista, e nós aqui no Ministério estamos trabalhando para que isso aconteça cada vez mais.
Então essa é a questão central, quando esse “Brasilzão”, essa diversidade toda, começa a mostrar produtos turísticos concretos, isso aumentará a competitividade inclusive dos nossos destinos já consolidados, como é o caso do Rio de Janeiro, São Paulo, Florianópolis, Salvador, entre tantos outros.
Para 2024, você pode adiantar quais são os projetos do MTur para o próximo ano?
Agora é hora de reorganizar a política pública. Quando a gente diz reorganizar, é reorganizar o desenvolver, o qualificar e o promover dos produtos e destinos.
Em janeiro temos a previsão de montar a Câmara Temática de Regionalização dentro do Conselho Nacional, que aprovou 13 câmaras, uma será de regionalização. A câmara de legislação já está montada, e foi lançada no sábado (16.12) na primeira reunião, e teremos mais 11 câmaras além dessas citadas que vão trabalhar os problemas específicos de cada área do interesse do turismo brasileiro.
Com isso, durante o próximo ano vamos ter grande produtividade, porque o Conselho e as Câmaras ajudam a aumentar os braços do Ministério, a musculatura, o tamanho das pernas, para que a gente dê passos mais largos.
Gostaria que você finalizasse com uma mensagem, especialmente para o turismo do país.
O século XXI pode ser o grande momento para o Brasil e para o nosso turismo. Nós preservamos, mantemos nossas florestas em pé, temos comunidades que não perderam suas culturas e suas raízes, e isso tudo é o que o turismo do século XXI quer.
Nós estamos diante de uma grande possibilidade, se o Brasil sempre foi um país de potencial turístico, hoje o Brasil é um país de realidade turística. Da realidade que os turistas querem e eles estão nos dizendo isso, dizendo o que querem.
O Brasil tem essa fartura de experiências para oferecer, basta que a gente se dedique, preparando bons produtos, desenvolvendo-os, além de preparar os destinos com segurança e qualidade.
Assim, nós podemos ser o grande protagonista de um turismo diferente, não um turismo massivo, mas um turismo de qualidade e que os visitantes tenham vontade de conhecer. Assim, vamos promover o Brasil!