Web Summit 2024: Missão de Internacionalização leva mais de 400 empresas inovadoras brasileiras ao maior evento de tecnologia do mundo



Maior delegação brasileira da história ao evento destaca a diversidade regional do empreendedorismo brasileiro e soluções sustentáveis

Edutechs, fintechs, healthtechs, biotechs e empresas inovadoras dos mais diversos setores e regiões. Essa pluralidade caracteriza a delegação da Missão de Internacionalização ao Web Summit 2024, organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Ministério das Relações Exteriores (MRE) e Serpro, que levará mais de 400 empresas inovadoras ao evento, que ocorre entre os dias 11 e 14 de novembro, em Lisboa.

“A delegação brasileira é representativa de nosso ecossistema de inovação. O Brasil tem mais de 20 mil startups e tem subido constantemente no Global Innovation Index. Isto é, somos referência em inovação na América Latina, com soluções tecnológicas escaláveis em diversos segmentos de mercado que despertam interesse do mundo inteiro. E nossa delegação, que leva um número sem precedentes de empresas brasileiras ao evento, vai ajudar a consolidar a imagem do Brasil como celeiro de inovação”, afirmou o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana.

A evolução do ecossistema brasileiro é perceptível em diversas frentes. O Brasil tem se consolidado como o principal destino de investimentos em startups na América Latina. Segundo a plataforma de inovação Distrito, startups brasileiras captaram US$ 1,46 bilhão em capital de risco desde o início de 2024, montante 9,5% maior em relação ao mesmo período de 2023. O país apresenta centros de inovação cada vez mais avançados, programas de apoio às startups cada vez mais maduros, novos modelos de negócios sendo aplicados tanto pelos empreendedores quanto pelos investidores, e tudo isso gera mais oportunidades, trocas e mais competitividade.

Em parceria, ApexBrasil e Sebrae querem abrir portas no mercado internacional para que o potencial das startups brasileiras possa ser visto e expandido nos ecossistemas de inovação do mundo, atraindo investimento e novos parceiros de negócio. “A inovação tem que pensar nos valores humanistas porque não podemos inovar o mundo com a tecnologia, com toda essa criatividade extraordinária que produzimos, sem pensar que convivemos com bilhões de seres humanos passando fome. Então, a inovação também tem que alcançar a inclusão social. Tenho convicção de que muitas experiências criativas também são para promover essa inclusão”, afirma o presidente do Sebrae, Décio Lima.
Todo o potencial do Brasil.

Este ano, a seleção para a delegação brasileira priorizou a diversidade regional e o incentivo à participação de empresas lideradas por mulheres. A iniciativa visa promover uma maior representatividade das diferentes regiões do Brasil no cenário internacional, além de fortalecer a presença feminina no ecossistema de inovação.

É o caso da Amazon Bioprotein , liderada pela CEO Antônia Bezerra, 76 anos, que encontrou na tradição da culinária amazônica uma solução para suplementação proteica natural. O cariru, também conhecido como caruru, é uma hortaliça reconhecida por suas ricas propriedades nutricionais.

Dona Antônia começou sua jornada empreendedora no Amapá há mais de 40 anos, mas foi no último ano que a estudante de nutrição ouviu a seguinte pergunta de um professor: “Você sabe o que é uma startup?”. Bastou isso para que a CEO mergulhasse em uma nova jornada no mundo da inovação.
Agora, a Amazon Bioprotein se prepara para decolar. “Ir para o Web Summit vai ser uma grande virada de chave, estou com grandes expectativas e sei o que a Amazon Bioprotein está indo buscar. Dei tudo de mim nas capacitações, nos eventos e nesta oportunidade vou mostrar para o mundo um produto que fomenta a agricultura familiar, sem agrotóxicos e que tem muitos benefícios”, comenta dona Antônia.

Outra startup com grande potencial é cearense Eduvem, uma plataforma digital que aposta na construção de universidades coorporativas. Em outubro desse ano, a empresa captou R$ 15 milhões em investimentos e a participação no Web Summit é estratégica para a expansão internacional da startup.

Segundo seu CEO, Vladimir Nunam, “um dos objetivos da nossa captação era a expansão internacional, e a Apex tem sido nossa parceira nesse processo. Ela não só nos leva a eventos como o Web Summit, mas oferece consultoria, cursos, mentoria”. Ele conta que a startup já esteve com a ApexBrasil em outras iniciativas que foram fundamentais para o desenvolvimento do negócio. “Lembro que para uma edição da Gitex, em Dubai, recebemos até dicas sobre como nos vestir. Esse é o grau de detalhe da preparação. E agora, no Web Summit 2024, vamos mostrar todo nosso crescimento desde a primeira participação no Web Summit de 2022. Já temos uma empresa em Portugal, com clientes, e depois dessa consolidação queremos expandir para a Europa, então vamos buscar parcerias e mostrar o que temos a oferecer”.

Já a Vô Contigo vai estrear no Web Summit este ano. A startup nasceu para facilitar a mobilidade de pessoas idosas, buscando conectá-las a motoristas que passaram por curadoria e qualificação. “A ideia é que nossa solução seja um passaporte de liberdade da pessoa sênior”, conta Ivonete Guerino, quem criou essa solução. Sua startup foi selecionada para a Expo Favela 2023, evento que dá protagonismo a empreendedores advindos de situação de vulnerabilidade de todo o Brasil, e, para participar desse ecossistema de inovação, a Vô Contigo passou por processo de qualificação da Escola de Negócios da Favela, uma instituição que oferece conteúdos sobre gestão empreendedora com uma linguagem descomplicada, mentoria gratuita e conexão com investidores de mercado.

Ivonete foi de Cuiabá, onde a startup começou, à Expo Favela. Agora, por meio da parceria da ApexBrasil com a Central Única das Favelas e com a Escola de Negócios da Favela, a Vô Contigo chegará ao maior evento de tecnologia do mundo. “Eu sou uma mulher preta, periférica, que lidera um negócio de impacto para um público que é invisível. Então, são inúmeras camadas nas quais eu estou inserida. Quando eu olhava para o sistema, eu me sentia extremamente intimidada”, contou Ivonete sobre o início de seu percurso. “Agora, eu vou ao Web Summit prospectar o mercado português e europeu, onde existe um processo de envelhecimento mais forte que no Brasil, o que pode fazer meu negócio ter ainda mais sentido”, conclui a empreendedora.

A delegação brasileira conta com dez startups criadas em favelas brasileiras. “A ApexBrasil tem o compromisso de conectar os empreendedores brasileiros com o mundo e as favelas são uma fonte rica de criatividade, inovação e talento, que precisamos fomentar para que o Brasil ganhe o mundo”, afirmou o diretor de Gestão Coorporativa da Agência, Floriano Pesaro.

Na esteira do sucesso da última edição

Na edição de 2023 do Web Summit, as startups brasileiras brilharam. A Inspira venceu o campeonato de pitches do evento, enquanto startups como a Buddieapp, a HIT e a Luckie Tech foram selecionadas pela organização para participar de showcases nos palcos do Web Summit.

A Buddie.ai utiliza inteligência artificial (IA) para oferecer um “amigo-terapeuta 24h”, com a funcionalidade que acalma crises de ansiedade em até 5 minutos. Ana Quiroz, representante da startup no Web Summit 2023, conta que a participação da empresa no evento foi fundamental para a sua internacionalização. “Fomos mostrar nosso aplicativo para o mundo e ter testado nosso chatbot ao vivo e com tanto sucesso foi muito gratificante”.

Segundo a empreendedora, a ApexBrasil abriu as portas para o mundo da internacionalização e os resultados já começaram a aparecer. “Tivemos reuniões com possíveis investidores, pessoas e corporações interessadas em parcerias para colocar nossos produtos como benefícios para seus colaboradores”. Além das oportunidades de negócios, Ana ressaltou a seleção para o showcase. “O showcase foi incrível. Sem dúvidas, uma das melhores partes de todo o evento. Fizemos parte do showcase “the future of medtech”, onde pudemos mostrar, com todo esse destaque, nosso projeto de saúde mental para colaboradores”, contou a empreendedora.

Nos três dias de programação do Web Summit 2023, as empresas brasileiras puderam identificar parcerias, atrair investimentos e encontrar oportunidades para expandir suas ações para o mercado europeu. Patrícia Meirelles Palhares, fundadora da HIT: terapias holísticas, afirma que os investimos na viagem retornaram e ainda renderam contratos voltados ao mercado de Saúde Integrativa.

Posteriormente, a HIT ganhou o prémio top 5 em Health Tech no 100 Open Startups da América Latina, e a fundadora credita muito disso ao amadurecimento gerado pelas exigências do mercado europeu pós Web Summit. “Acho que estar na delegação brasileira de startups em um evento como esse, faz com que sua startup cresça no mercado, com tudo o que vivemos no evento, ficamos empolgados em manter nossa estratégia no B2B e B2C porque o mercado se mostrou aberto para isso, inclusive plataformas de lá”, relata Patrícia falando da experiência de sua startup.

Para a gerente de Indústria e Serviços da ApexBrasil, Maria Paula Velloso, o Web Summit é uma grande vitrine para o empreendedorismo brasileiro. “Tenho certeza que, na edição de 2024, vamos ter ainda mais startups nacionais brilhando, estabelecendo parcerias e atraindo investimentos para escalar seus negócios”, comentou Velloso.

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