
Vinho da realeza, produção ancestral e patrimônio de Portugal: você conhece os vinhos de Setúbal?
Histórias que remontam a séculos a.C., garrafas onipresentes nas adegas e festas de reis e o moscatel mais famoso do mundo: você conhece os vinhos de Setúbal?
Com forte tradição vitivinícola, a Península de Setúbal, no sudoeste de Portugal, foi onde, cerca de 2.000 a.C., cresceram as primeiras vinhas da Península Ibérica. A região é pioneira na elaboração de rótulos de indiscutível qualidade, caso do famosíssimo Moscatel de Setúbal, patrimônio histórico e cultural português, apreciado por nomes da realeza, como o rei francês Luis XIV e o britânico Ricardo II.
Mas Setúbal vai muito além de seu emblemático e premiado moscatel. Uma diversidade de castas e uma produção de vinhos com as mais distintas personalidades – agradando a uma vasta gama de consumidores – dão a conhecer as expressões de algumas das mais importantes uvas portuguesas como Castelão, Fernão Pires, Moscatel de Setúbal, Touriga Nacional, Aragonez, Alicante Bouschet e internacionais como Syrah, Cabernet Sauvignon e Merlot.
Garantindo a identidade e qualidade de seus vinhos, a península conta com duas Denominações de Origem, um sistema de certificação associado a uma parcela delimitada de território em determinada região. A certificação das D.O.’s da Península de Setúbal (D.O. Setúbal e D.O. Palmela) são responsabilidade da Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal (CVRPS), criada em 1991.
A D.O. Setúbal, cujos vinhos são tradicionalmente conhecidos como Moscatel de Setúbal, é aplicada exclusivamente a tintos e brancos licorosos, que são adocicados e concentrados, comumente apreciados com doces e queijos, e antes ou após as refeições. Como aperitivo, ele encanta por si só, mas também tem grande potencial como ingrediente na elaboração de drinks.
A demarcação da Região do Moscatel de Setúbal é anterior à D.O. e foi definida em 1907, sendo a segunda mais antiga região demarcada de Portugal. Suas uvas rainhas são Moscatel de Setúbal (internacionalmente conhecida como moscatel de Alexandria) e a raríssima, delicada e elegante Moscatel Roxo.
Na D.O. Palmela a estrela dos tintos é a uva Castelão, que se expressa em toda a sua plenitude na região e dá origem a vinhos aromáticos, estruturados e com grande capacidade de envelhecimento. Nos brancos, as protagonistas são as castas Fernão Pires, Moscatel de Setúbal e Arinto, que aportam aromas florais, frutados e atrativos.
“Daqui saem alguns dos melhores vinhos portugueses, elaborados a partir de uma biodiversidade riquíssima. Nenhuma outra região de Portugal conjuga tantas diferenças geográficas, de uma forma tão concentrada: uma vasta planície, uma pequena cordilheira (Arrábida), os dois maiores estuários de dois importantes rios, o Tejo e Sado, e a grande proximidade com o Oceano Atlântico”, resume Henrique Soares, presidente da CVRPS.
Castas Emblemáticas
– Arinto
Uma das castas portuguesas mais antigas e de grande tradição, é a 3ª casta branca mais plantada na região. Caracteriza-se por sua acidez natural elevada. De grande nobreza, confere aos vinhos acidez, estrutura e bom potencial de guarda. Também é utilizada na produção de vinho espumante.
– Castelão
Super versátil, é conhecida na Península de Setúbal por Periquita, nome que teria sido originado na propriedade Cova da Periquita, em Azeitão, onde José Maria da Fonseca a plantou por volta de 1830. Dá origem a vinhos mais estruturados e intensos.
– Fernão Pires
É a segunda uva branca mais plantada na península, ligeiramente atrás apenas da Moscatel de Setúbal. Apresenta bons resultados na elaboração de espumantes e licorosos. Seu perfil aromático traz frutas tropicais.
– Moscatel de Setúbal
Crê-se que sua origem é egípcia, e se expandiu pelo Mediterrâneo a partir de Alexandria, na época do Império Romano. Há outras variedades de Moscatel no mundo, mas a Moscatel de Setúbal apresenta a maior concentração e riqueza de compostos aromáticos, onde se destacam cítricos, laranjeira e notas florais.
– Moscatel Roxo
O solar desta casta é a Península de Setúbal. Tem perfil aromático muito rico também, mas como a uva é rosada é um perfil distinto de sua “prima” Moscatel de Setúbal, onde predominam os pequenos frutos (amora, mirtilo), rosas e lichias. Exibe paladar finíssimo em consonância com sua riqueza aromática.
Para acompanhar e saber mais sobre os vinhos da Península de Setúbal basta clicar em:
vinhosdapeninsuladesetubal.org | vinhosdapeninsuladesetubal.com.br | @vinhosdesetubalbr

Créditos: Divulgação

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