Transporte aéreo de carga termina 2022 próximo dos níveis pré-pandemia



– A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA – International Air Transport Association) divulgou os resultados dos mercados globais de transporte aéreo de carga. Segundo o relatório, a demanda por carga aérea no ano de 2022 recuou significativamente em relação aos níveis de 2021, mas ficou próxima do desempenho de 2019.

  • A demanda global de 2022, medida em toneladas de carga por quilômetro (CTKs*), caiu 8,0% em relação a 2021 (-8,2% nas operações internacionais). Em comparação com 2019, a queda foi de 1,6% (tanto na demanda global quanto nas operações internacionais).
     
  • A capacidade, medida em toneladas de carga disponível por quilômetro (ACTK) ficou 3,0% acima da taxa registrada em 2021(+4,5% nas operações internacionais). Em comparação com os níveis de 2019 (pré-COVID), a capacidade diminuiu 8,2% (-9,0% nas operações internacionais).
     
  • Em dezembro, houve uma pequena redução no desempenho: a demanda global ficou 15,3% abaixo dos níveis de 2021 (-15,8% nas operações internacionais). A demanda de carga mensal ficou abaixo dos níveis de 2021 a partir de março de 2022. A capacidade global ficou 2,2% abaixo dos níveis de 2021 (-0,5% nas operações internacionais). Essa foi a décima redução mensal consecutiva em relação ao desempenho de 2021.
     
  • 2022 terminou com fatores distintos observados nos mercados:
  • Os novos pedidos de exportação globais, um dos principais indicadores da demanda de carga, estão no mesmo nível desde outubro. Nas principais economias, os novos pedidos de exportação estão diminuindo, exceto na Alemanha, nos Estados Unidos e no Japão, onde apresentaram aumento.
  • O comércio global de mercadorias diminuiu 1,5% em novembro, uma queda em relação ao aumento de 3,4% que havia sido registrado em outubro.
  • O Índice de Preços ao Consumidor nos países do G7 indicou inflação de 6,8% em dezembro. A queda de 0,6 ponto percentual em relação a novembro (7,4%) foi a maior do ano. A inflação nos preços ao produtor (insumos) caiu para 12,7% em outubro, seu menor nível até agora em 2022.

“Diante das incertezas políticas e econômicas significativas, o desempenho do transporte aéreo de carga caiu em relação aos níveis extraordinários de 2021. Com isso, a demanda por carga aérea ficou 1,6% abaixo dos níveis de 2019 (pré-pandemia). Espera-se que as medidas contínuas dos principais governos para combater a inflação com o desaquecimento das economias resultem em um declínio adicional para -5,6% nos volumes de carga em 2023 em relação a 2019. Porém, levará tempo para que essas medidas afetem as taxas de carga. Então, a boa notícia para a carga aérea é que os resultados médios e a receita total de 2023 devem ficar bem acima do que antes da pandemia. Isso deve trazer um certo alívio no ambiente comercial, que provavelmente será desafiador em 2023”, disse Willie Walsh, diretor geral da IATA.
 


Desempenho por região em 2022

As companhias aéreas da região Ásia-Pacífico relataram queda de 8,8% na demanda em 2022 em comparação com 2021 (-7,4% nas operações internacionais) e aumento de 0,5% na capacidade (+5,8% nas operações internacionais). Em relação a 2019 (níveis pré-COVID), a demanda diminuiu 7,8% (-3,9% nas operações internacionais) e a capacidade diminuiu 17,2% (-12,2% nas operações internacionais). Em dezembro, as companhias aéreas da Ásia-Pacífico registraram o pior desempenho entre todas as regiões, com queda de 21,2% na demanda (-20,4% nas operações internacionais) em relação a 2021. A capacidade caiu 3,9% (-1,4% nas operações internacionais) no mesmo período. As companhias aéreas da região continuam afetadas pela baixa atividade comercial e industrial e interrupções nas cadeias de suprimentos devido ao aumento dos casos de COVID na China.

As transportadoras da América do Norte registraram queda de 5,1% na demanda de 2022 em comparação com 2021 (-6,3% nas operações internacionais) e aumento de 4,2% na capacidade (+4,9% para operações internacionais). Em relação a 2019 (níveis pré-COVID), a demanda subiu 13,7% (+12,7% nas operações internacionais) e a capacidade aumentou 8,2% (5,1% nas operações internacionais). Em dezembro, as companhias aéreas da região relataram queda de 8,5% na demanda nas operações globais e internacionais, em relação a 2021. A capacidade caiu 2,9% (+1,8% nas operações internacionais) no mesmo período.

As transportadoras da Europa apresentaram o pior desempenho na comparação ano a ano entre todas as regiões, com queda de 11,5% na demanda em 2022 em relação a 2021 (-11,8% nas operações internacionais). Durante o mesmo período, as companhias aéreas registraram aumento de 0,5% na capacidade nas operações globais e internacionais. Em relação a 2019 (níveis pré-COVID), a demanda teve queda de 8,7% (-9,1% nas operações internacionais) e a capacidade diminuiu 16,5% (-17,3% nas operações internacionais). Em dezembro, as companhias aéreas da região registraram queda de 17,4% na demanda (-17,9% nas operações internacionais) em relação a 2021. A capacidade caiu 7,0% (-7,4% nas operações internacionais) no mesmo período. As companhias aéreas da região continuam as mais afetadas pela guerra na Ucrânia.

As transportadoras do Oriente Médio apresentaram queda de 10,7% na demanda global e internacional em 2022 em comparação com 2021 e aumento de 4,3% na capacidade (+4,5% nas operações internacionais). Em comparação com 2019 (níveis pré-COVID), a demanda teve queda de 1,6% nas operações globais e internacionais e a capacidade caiu 6,3% (-6,1% nas operações internacionais). Em dezembro, as companhias aéreas da região registraram queda de 14,4% na demanda nas operações globais e internacionais em comparação com 2021. A capacidade aumentou 2,8% (+3,0% nas operações internacionais) durante o mesmo período.

As transportadoras da América Latina registraram o desempenho ano a ano mais forte entre todas as regiões, com aumento de 13,1% na demanda em 2022 versus 2021 (+15,0% nas operações internacionais). No mesmo período, as companhias aéreas registaram aumento de 27,1% na capacidade (+27,8% nas operações internacionais). Em relação a 2019 (níveis pré-COVID), a demanda caiu 4,3% (-2,6% nas operações internacionais) e a capacidade diminuiu 14,3% (-10,8% nas operações internacionais). Em dezembro, as companhias aéreas da região registraram crescimento estagnado da demanda (+2,3% nas operações internacionais) em relação a 2021. A capacidade cresceu 27,6% (+32,7% nas operações internacionais) no mesmo período.

As companhias aéreas da África apresentaram queda de 1,4% na demanda global e internacional em 2022 em comparação com 2021 e aumento de 0,3% na capacidade (-0,2% nas operações internacionais). Em relação a 2019 (níveis pré-COVID), a demanda subiu 8,3% (+9,4% nas operações internacionais) e a capacidade diminuiu 15,3% (-14,2% nas operações internacionais). Em dezembro, as companhias aéreas da região registraram queda de 10,0% na demanda nas operações globais e internacionais em relação a 2021. A capacidade cresceu 1,3% (+0,2% nas operações internacionais) no mesmo período.

Veja a análise completa do mercado de transporte aéreo de carga de 2022 (pdf)

  • *Em janeiro de 2020, alteramos alguns termos: “frete” mudou para “carga”, com alteração nas métricas FTK (agora CTK), AFTK (agora ACTK) e FLF (agora CLF), para mostrar que o termo “carga” consiste de produtos e correspondências, e não somente produtos. As séries de dados não foram alteradas.
  • A IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) representa cerca de 300 companhias aéreas, que corresponde a 83% do tráfego aéreo global.
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  • Significados dos termos de medição:
  • CTK: toneladas de carga por quilômetro, que mede o transporte de carga real.
  • ACTK: toneladas de carga disponível por quilômetro, que mede a capacidade de carga total disponível.
  • CLF: taxa de ocupação de carga, porcentagem do valor de ACTK utilizado.
  • Os dados estatísticos da IATA se referem ao transporte aéreo programado de carga doméstica e internacional das companhias aéreas membros ou não membros da IATA.
  • Participações no mercado de transporte de carga por região em termos de CTK: Ásia-Pacífico 32,4%, Europa 21.9%, América do Norte 28,0%, Oriente Médio 13,0%, América Latina 2,7% e África 2,0%.
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