As tarifas das ligações aéreas entre Portugal e Brasil vão baixar, sobretudo porque o governo brasileiro vai liberar, em breve, os preços dos vôos para a Europa, disse nesta quarta-feira à Agência Lusa o ministro do Turismo, Luiz Barretto.
Barretto afirmou que o executivo brasileiro vai seguir o exemplo do que já fez com a América do Sul, cujos resultados foram “muito positivos”, depois de garantida a liberdade total dos preços.
Lembrando que a TAP e a TAM fazem 60 ligações aéreas semanais entre os dois países, Barretto afirmou que, com a medida, as duas maiores companhias aéreas portuguesa e brasileira “vão ter maior competição”, o que “é sempre positivo para o público final e para o turista”.
O ministro brasileiro elogiou o comportamento e a ação da companhia portuguesa, que em 2008 abriu dois novos destinos: Brasília e Belo Horizonte. Atualmente, a empresa conta 14 mil lugares disponíveis por semana (12 mil para Lisboa e 2 mil para Porto).
“A diversificação dos vôos abriu novas portas”, considerou, acrescentando que “conhecer outras regiões do país, a relação entre o sol e praia com o turismo cultural e cívico é um bom casamento”.
Frisando que Portugal é, para o Brasil, “um mercado muito importante e prioritário”, Barretto destacou que “haverá sempre espaço” para aumentar o total de vôos entre os dois países, acrescentando que, hoje, são quase 300 mil os portugueses que visitam território brasileiro, enquanto 150 mil brasileiros se deslocam a Portugal.
Crise econômica
O ministro do Turismo disse que a crise financeira internacional não está afetando, para já, o turismo no Brasil. Isso se deve ao fato de o Brasil estar no pico do verão, o que com a ajuda do fim de ano permitiu uma taxa de ocupação “muito forte”.
No entanto, admitiu que o Brasil, como qualquer outro país do mundo, acabará por ser afetado, embora “ainda não se fale em decréscimo”, pois o mercado interno está “em franca expansão”, mesmo apesar da desvalorização da moeda local, o real, em 30%, no final de 2008.
Segundo ele, o Brasil tem hoje condições muito melhores do que a Europa para enfrentar a crise, sustentando que a discussão em torno do setor não se concentra na queda do número de turistas, mas sim se haverá um crescimento de 2%, 3% ou 4% do PIB brasileiro.
“Temos condições para enfrentar a crise, mas teremos um abalo, que é normal e natural”, admitiu Barretto, indicando que a diversificação do produto Brasil como destino passa por mostrar um país que também traz vantagens na área dos negócios e do ecoturismo, turismo de aventura, de alto luxo e golfe, entre outros.
“Estamos, enfim, a tentar mostrar a idéia de um Brasil novo e moderno”, concluiu, adiantando estar também nos planos do governo brasileiro investir nas ligações aéreas com a África lusófona.
FONTE-AGENCIA LUSA