Nas proximidades da catedral de São Vito, que domina o panorama do centro histórico de Praga, está situado um bairro modesto e pouco frequentado pelos turistas. Ele leva o imponente nome de Novo Mundo, originado na época quando este bairro, então pobre, surgiu como a parte mais recente da cidade, atrás das muralhas do Castelo de Praga. Até 1890, havia ali um povoado que marcava o limite de Praga. A maioria dos edifícios sobreviventes na área foi construída na época do imperador romano e rei tcheco Rudolph II, no final do século XVI. São casas barrocas simples, que têm um piso térreo e, no máximo, um andar superior.
Na verdade, o lugar não tem, praticamente, prédios importantes. No entanto, são consideradas mais quatro ruas laterais como pertencentes ao Novo Mundo, o que faz aquele bairro integrado às atrações próximas, como o Convento dos Capuchinhos, a Igreja de São João Nepomuceno e, em destaque, a Igreja Nossa Senhora de Loreto – centro de peregrinação considerado o mais importante da Boêmia. Possui um riquíssimo tesouro de arte sacra que auxilia a sua fama, reforçada pelo carrilhão de 30 sinos que, diariamente, entoa um antigo hino dedicado à Maria.
Curiosamente, apesar de o bairro Novo Mundo reunir famílias muito pobres, suas casas tinham nomes muito chamativos, por exemplo, A Casa da Pera de Ouro, A Casa do Arado de Ouro, A Casa de Cegonha de Ouro. Hoje, há comentários de que as pessoas colocavam a palavra ouro nos nomes das suas casas para “compensar” a pobreza que enfrentavam. É no bairro Novo Mundo onde está a mais antiga casa de madeira preservada em Praga. Seu nome é A Casa do Caranguejo, onde funciona um pequeno hotel boutique e um restaurante.