Levantamento feito em abril com as grandes redes hoteleiras do país mostra as cidades com maior demanda por leitos e aquelas que ainda têm uma boa quantidade de quartos disponíveis. Ministério do Turismo estimula a hospedagem alternativa como opção de estada para turistas brasileiros e estrangeiros
A procura por hospedagem durante o período de Copa do Mundo foi mapeada pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), que reúne as principais redes de hospedagem do país. Foram registradas 240 mil diárias para os dias de jogos da Copa e da véspera, em levantamento feito entre a segunda e terceira semanas de abril. Para o Ministério do Turismo, que monitora a situação dos meios de hospedagem nas cidades-sedes, a pesquisa serve como parâmetro porque revela a ocupação dos maiores estabelecimentos hoteleiros nas cidades-sede.
A FOHB reúne 25 redes de hoteleiras do país, como Accor, Bristol, Meliã, Othon, Plaza, InterCity; com cerca de 600 estabelecimentos e 97 mil unidades habitacionais. O panorama de vendas da pesquisa mostra ainda que cidades como Rio de Janeiro (87%), Natal (81%) e Cuiabá (73%) são os que apresentam maior índice de venda de hospedagens.
A cidade do Rio de Janeiro é a que apresenta maior procura – e nos hotéis pesquisados pela FOHB, cerca de 93% das unidades já têm pacotes fechados, por exemplo, para os dias 12 e 13 de julho, data da final da competição. Os percentuais de ocupação na capital carioca também estão acima dos 83% para as datas de jogos da primeira fase da Copa, bem como das oitavas e quartas de final.
Natal, por usa vez, apresenta 85% de reservas feitas entre os dias 15 e 16 de junho para o jogo entre Gana e Estados Unidos. Depois dos brasileiros, os norte-americanos são os que mais ingressos compraram até agora para a Copa, com 125.465 ingressos. Outra cidade com alta ocupação dos hotéis é Cuiabá. Nos dias 23 e 24 de junho, quando acontece a partida entre Japão e Colômbia, as reservas em hotéis já chegaram a 79% dos leitos nas principais redes.
Em contrapartida, a pesquisa mostra que cidades como São Paulo (24%), Porto Alegre (62%), Curitiba (44%) e Salvador (57%), ainda tem uma boa disponibilidade de vagas. Na capital gaúcha, os hotéis bloqueados pela empresa Match, que organiza o sistema de hospedagem da Fifa, no Brasil, devolveu pelo 55% das reservas que estavam bloqueadas, segundo informações do Sindicato de Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre, porque a demanda foi menor do que aguardada.
Um estudo encomendado pelo MTur junto ao IBGE, sobre pesquisa de serviços de hospedagens (PSH) mapeou em 2011 a oferta de leitos nas 27 capitais brasileiras e mostrou que de um total de 7.479 mil estabelecimentos registrados, 70% estão localizados nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo e suas regiões metropolitanas. São 5.510 mil estabelecimentos em Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Porto Alegre com capacidade de hospedagem para 567.195 hóspedes.
De posse desses números o Ministério do Turismo elaborou um plano de hospedagem alternativa que acrescenta 59.713 leitos às capitais da Copa. Desses, 3.491 são da modalidade pensões de hospedagem, como o cama e café; 3.804 em albergues; 22.478 leitos em imóveis para aluguel e 29.940 em motéis. Ao estimular a hospedagem alternativa, o Ministério do Turismo diversifica as opções de leitos e contribui para que o mercado ofereça preços acessíveis aos turistas.
A expectativa de movimentação durante o período da Copa é de pelo menos 600 mil estrangeiros e cerca de 3 milhões de brasileiros circulando pelo Brasil.