No mês da MULHER, a persona feminina BLTA

Homenagens, reconhecimento e afeto são sempre muito revigorantes para a nossa jornada. O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, oficializado pela ONU em 1975, acaba se desdobrando e ocupando toda a agenda do mês em uma comemoração atípica que foge de parâmetros comerciais para alavancar vendas, visto que essa data tem raízes históricas mais profundas e sérias com base na luta pelos direitos de igualdade social e política, uma vez que seu trabalho sofria duplo preconceito: o biológico, pelas diferenças físicas existentes entre os sexos, sendo a maternidade a maior delas, e o social, no qual o trabalho feminino era visto como inferior ao masculino e, portanto, de menor valor.
No século 19, operárias começaram a se organizar e a protestar contra as jornadas de trabalho abusivas (em média 15 horas por dia), mão de obra infantil e a reivindicar melhores condições e remuneração, além do direito ao voto.
Algumas datas merecem ser destacadas como:
Em 1908, nos Estados Unidos, cerca de 1.500 mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade econômica e política, que culminou em uma grande passeata em 26 de fevereiro de 1909, em Nova York. Em 1910, uma resolução para a criação de uma data anual para a celebração dos direitos da mulher foi aprovada por mais de cem representantes de 17 países. No dia 8 de março de 1917, 90 mil operárias manifestaram-se contra o Czar Nicolau, em um protesto conhecido como “pão e paz”.No entanto, há um acontecimento marcante no imaginário coletivo de que a data teria surgido a partir de um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York, em 1911, quando cerca de 130 operárias morreram carbonizadas após fazerem uma greve e se verem trancafiadas na fábrica, propositalmente. Com esse pensamento já moderno em questões afirmativas, também entre 1910 e 1911, as europeias escandalizavam com suas jupes-culottes, que, no Brasil, ficaram conhecidas como saias-calção e se eternizaram com a grande Gabrielle Chanel, em 1919, usando e vendendo calças compridas.A norte-americana Amelia Earhart foi uma das pioneiras da aviação, quando se tornou a primeira mulher a fazer uma travessia aérea pelo oceano Atlântico, em 17 de junho de 1928, enquanto Valentina Tereshkova foi a primeira mulher a viajar para o espaço, em 16 de junho de 1963, durante a corrida espacial da Guerra Fria. 
E no Brasil?
No Brasil, as movimentações em prol dos direitos da mulher surgiram no início do século 20, por melhores condições de trabalho e qualidade de vida. A luta feminina ganhou força com o movimento das sufragistas nas décadas de 1920 e 1930, que conseguiram o direito ao voto em 1932, na Constituição promulgada por Getúlio Vargas, que passou a ser obrigatório somente em 1946. A partir dos anos 1970, emergiram organizações que passaram a incluir na pauta das discussões a igualdade entre os gêneros, a sexualidade e a saúde da mulher. 
Leila Diniz, grávida, usou publicamente o primeiro biquíni no país em 1971, causando grande alvoroço.
Em 1982, o feminismo passou a manter um diálogo importante com o Estado, com a criação do Conselho Estadual da Condição Feminina em São Paulo, e, em 1985, com o aparecimento da primeira Delegacia Especializada da Mulher. Em agosto de 2006, foi sancionada a Lei Maria da Penha, que visa proteger as mulheres vítimas de abuso e agressão.
O movimento decisivo para a conquista do voto pelas brasileiras chegou com Bertha Lutz, liderança dos ideais sufragistas que fundou, em 1922, a Federação pelo Progresso Feminino e é reverenciada no mundo todo.
Persona feminina, a alma da hospitalidade
De lá pra cá as mulheres conquistaram relevância, o direito de votar, estudar e, enfim, de serem quem elas quiserem ocupando cargos, funções e atuando em diferentes áreas.
O turismo, indústria que está calcada no bem receber, no bem acolher, no bem alimentar, no prover experiências, ainda é dominado por grandes executivos com equipes majoritariamente femininas.
Em 2019, a OMT publicou um segundo relatório sobre Mulheres no Turismo reportando que 54% da força de trabalho no setor são mulheres versus 39% em outros setores, comprovando estatisticamente que o setor emprega quase o dobro de mão de obra feminina. No entanto, somente 8% das mulheres estão em cargos de direção, 20% em gestão geral e 40% em funções gerenciais. 
Não coincidentemente, um estudo de posicionamento de marca realizado pela BLTA, em 2019, revelou que a “persona” da entidade era “mulher”, representava a alma da hospitalidade brasileira dentro de um contexto no qual cultura, comunidade, ancestralidade, meio ambiente, acolhimento, gestão e um tino para lidar com crises estão conectados e funcionam como um único organismo.
Essa mulher é engajada, autêntica, consciente de sua identidade, inspiradora e apaixonada pelo seu país e por suas raízes sem abrir mão de novas tecnologias ou ferramentas que possam potencializar as suas aptidões e talentos. Sabe que, para além da importância de uma bela arquitetura, paisagismo e fornecedores com procedência, o serviço de luxo não existiria sem a hospitalidade e o serviço atento a detalhes e a minuciosos cuidados que fazem a diferença. Reside aqui o sentimento que ativa a memória afetiva do hóspede.
Simone Scorsato imprime paixão em tudo o que faz, seja como executiva, acadêmica e artista ceramista. Ela moldou e molda sua carreira nos princípios sócios-antropológicos do exercício humano da hospitalidade: dar, receber e retribuir.
Com ela temos outras mulheres, sócias-proprietárias, diretoras, gerentes, comunicadoras e muitas outras funções que ocupadas por mulheres que fazem as coisas acontecerem, compreendem o seu papel e o seu potencial dentro do negócio e o universo que existe para sustentá-lo. Todas têm uma visão clara de sua atuação com propósito e crenças que aplicam em seu dia a dia. Têm a garra e a sensibilidade para caminhar no equilíbrio e solucionar questões de forma visionária, catalisadora e inventiva, extremamente sofisticada em sua simplicidade e discrição. Seu maior mérito é apoiar e incentivar pessoas criativas e comprometidas. Enfim, para as mulheres da BLTA – em toda a sua cadeia criativa e colaborativa – o maior bem do nosso país é a diversidade de nossa gente e de nossa natureza. Atributos que merecem um cuidado de excelência, seja pelo nosso trabalho, seja por políticas públicas protetivas e de financiamento.
Compartilhar histórias
Durante todo o mês de março, queremos compartilhar histórias. Não é esse um dos maiores prazeres que temos ao viajar? 
Acompanhe a trajetória das mulheres que estarão no Instagram da BLTA @brazilian_luxury_travel ao longo deste mês. Proprietárias, diretoras, gerentes, chefs, cozinheiras, camareiras, arquitetas, paisagistas, comunicadoras, decoradoras e recepcionistas que, com seu sorriso, firmeza de propósito, sonoridade e competência, fazem de nossos 46 associados os embaixadores do turismo de luxo no Brasil e no exterior.

Cristina Lira Turismo

Cristina Lira - graduada em Comunicação Social-Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB) é baiana e radicada em Natal (RN), com cidadania portuguesa. Trabalha há mais de 20 anos com o turismo e adora o que faz: escrever, viajar e prestar varios serviços no segmento. Em 2008, criou o blog www.turismocristinaliranatal.blogspot.com, um sucesso, que migrou para o site www.cristinalira.com (Turismo por Cristina Lira). "Desde 2011, organiza o Encontro dos Profissionais do turismo com Cristina Lira (RN), em Natal e que já aconteceu em 7 cidades do Brasil , em Portugal e na Itália. O evento reúne empresários, profissionais do turismo e jornalistas para um momento de aprendizado e network. O próximo pode ser em sua cidade!. Neste espaço divulga as news do turismo do Brasil e do mundo. Confira e mande sua sugestão!