Anúncios de investimento no território paulista totalizaram US$ 49,9 bilhões; é o maior montante anual já anunciado para o Estado desde 1998, quando a pesquisa começou a ser realizada
O Estado de São Paulo continua sendo o principal polo de atração de investimentos no País. De acordo com a Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo (Piesp), realizada pela Fundação Seade, em 2010 foram identificados 678 anúncios de investimento no território paulista, totalizando US$ 49,9 bilhões. Trata-se do maior montante anual já anunciado para o Estado desde o começo da pesquisa, em 1998.
Até o momento, os dados disponíveis em nível nacional, fornecidos pela Rede Nacional de Informações sobre o Investimento (Renai), mostravam que o Estado do Rio de Janeiro havia atraído US$ 18,5 bilhões em 2010 e Minas Gerais US$ 10,6 bilhões.
Com a divulgação da Piesp, São Paulo ocupa a liderança nacional. Para o presidente da Investe São Paulo, Luciano Almeida, alguns fatores explicam porque o Estado é o maior destino de investimentos do Brasil. “Temos o maior mercado consumidor da América Latina, mão de obra qualificada, infraestrutura de padrão internacional, cadeia de fornecedores diversificada e legislação ambiental avançada. Isso faz de São Paulo um destino obrigatório para qualquer empresa que queira se expandir na América Latina”, afirmou.
Outro fator que, segundo Almeida, contribui para o Estado ocupar a liderança na atração de investimentos é a profissionalização do atendimento fornecido aos empresários que desejam se instalar ou expandir seus negócios. “A Investe São Paulo foi criada há três anos para ser a porta de entrada das empresas no Estado. Até o momento, a Agência garantiu US$ 6 bilhões em investimentos de empresas privadas, gerando 18,7 mil empregos diretos”, ressaltou Almeida.
O Secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Paulo Alexandre Barbosa, destacou a importância desse tipo de pesquisa. “A publicação desse resultado é fundamental para que possamos direcionar nossas políticas de atração de investimentos, buscando levar empreendimentos para as regiões menos favorecidas do Estado”, afirmou.
Dados setoriais e regionais
A Piesp identifica os setores de atividade econômica a que pertencem os investimentos anunciados, além de mostrar para quais regiões do Estado foram direcionados e a origem do capital.
A distribuição dos investimentos anunciados em 2010, por setor de atividade econômica, mostra que o segmento industrial respondeu por 57% desses investimentos, seguido pelo setor de serviços com 41%. Já os anúncios relativos ao comércio somaram US$ 712,6 milhões.
No setor industrial, o maior anúncio foi da Sabesp (US$ 9,4 bilhões), empresa de economia mista, que obteve a concessão da Prefeitura de São Paulo para gerenciar e expandir a rede de água e esgoto da capital nos próximos 30 anos.
Outro destaque foram os anúncios da indústria automotiva. Entre os principais está a construção da primeira fábrica de automóveis chinesa instalada fora da China, a Chery, em Jacareí, que investirá US$ 400 milhões. A empresa contou com o apoio da Investe São Paulo.
No setor de aeronáutica e defesa, o destaque foi o anúncio da Embraer para construir um novo cargueiro militar, KC-390, que consumirá US$ 1,7 bilhão nas unidades de Gavião Peixoto e São José dos Campos.
Na área de alimentos e bebidas, o principal anúncio foi da ETH Bioenergia, parceria do grupo Odebrecht com a trading japonesa Sojitz. Será aplicado US$ 1,1 bilhão para aumentar a produção de açúcar, etanol e energia elétrica a partir da cana nas suas unidades Alcídia, em Teodoro Sampaio, e Conquista do Pontal, em Mirante do Paranapanema.
A distribuição regional dos investimentos das empresas também é avaliada pela Piesp. A região metropolitana de São Paulo continua com a maior concentração de recursos do Estado, responsável por US$ 28,8 bilhões. Em seguida aparecem as regiões metropolitanas de Campinas, US$ 4,4 bilhões, São José dos Campos, US$ 2,2 bilhões, e a Baixada Santista, US$ 2 bilhões. Destacam-se ainda as regiões administrativas de Sorocaba, US$ 1,4 bilhão, e Presidente Prudente, US$ 1,3 bilhão.
As empresas nacionais ainda são as maiores responsáveis pela origem do capital, respondendo por 75,6% dos investimentos anunciados. Considerando-se os anúncios das empresas estrangeiras, em primeiro lugar aparecem as espanholas, US$ 3,2 bilhões, seguidas pelas norte-americanas, US$ 2,2 bilhões, pelas japonesas, US$ 1,6 bilhão, pelas alemãs, US$ 1,1 bilhão, e pelas inglesas, US$ 817 milhões.