Após anos dedicados à construção de grandes obras pelo país e pelo mundo, o arquiteto morreu ontem (5), aos 104 anos. “O turismo deve muito a ele”, declarou o ministro Gastão Vieira
Um dos ícones da arquitetura moderna, o carioca do bairro das Laranjeiras (RJ) Oscar Niemeyer deixa um legado para o mundo e um grande orgulho para os brasileiros. Suas inúmeras e inconfundíveis obras, com delicados traços e curvas no concreto, enchem os olhos de moradores e turistas que viajam pelo país.
“Oscar Niemeyer é um ícone, um símbolo para o turismo brasileiro. Importantes exemplos de nossa história e cultura que saíram das mãos do nosso grande arquiteto são conhecidos em todo o mundo – e isso coloca o Brasil em uma posição de destaque. Mais do que uma arquitetura única, Niemeyer tinha dentro de si princípios de um verdadeiro cidadão, sempre ansioso por igualdade. O desenvolvimento de nosso país passa por valores como esse. O turismo deve muito a ele”, declarou o ministro do Turismo, Gastão Vieira.
Pelo mundo, são mais de 600 obras que levam a sua assinatura. Dessas, 50 estão espalhadas por toda a capital federal, que nasceu do planejamento arquitetônico de Niemeyer. Ele foi convidado em 1956 por Juscelino Kubitschek, então presidente da República, para cuidar do projeto.
Os principais pontos turísticos de Brasília também surgiram da ponta do lápis desse grande arquiteto: o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto, o Palácio do Itamaraty, O Congresso Nacional, a Catedral, a Praça dos Três Poderes, o Superior Tribunal Federal, o Teatro Nacional, entre outros.
Foi em Belo Horizonte (MG), em 1940, que Niemeyer realizou o seu primeiro grande projeto, o Conjunto da Pampulha. Ele é formado por um Cassino, a Casa de Baile, o Clube e a Igreja de São Francisco de Assis (Igreja da Pampulha).
Depois de Brasília, Niterói, no Rio de Janeiro, é a cidade que tem um maior número de obras de Niemeyer. Entre elas, o Museu de Arte Contemporânea, em estilo futurista.
São Paulo, Goiás, Paraná, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Tocantins, Rio Grande do Norte, Bahia e Rio Grande do Sul: em quase todo o país existe um traço desse artista simples e ousado. “Faço arquitetura que me agrada, uma arquitetura ligada às minhas raízes e ao meu país”, declarou ele, em 2007.
Pelo mundo, o trabalho de Niemeyer também ganhou fama, com grandes construções na França, Itália, Alemanha, Estados Unidos, Portugal, entre outros. Alguns projetos ainda nem chegaram a sair do papel, mas prometem se tornar novos atrativos turísticos. “Mais importante do que a Arquitetura é estar ligado ao mundo. É ter solidariedade com os mais fracos, revoltar-se contra a injustiça, indignar-se contra a miséria. O resto é o inesperado; é ser levado pela vida”, afirmou ele, em 1988.
Nascido em 15 de dezembro de 1947, Oscar Niemeyer Ribeiro Soares Filho faleceu ontem (5), aos 104 anos, no Rio de Janeiro.
Assessoria de Comunicação- Ministério do Turismo