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Conversa “Be Our Guest” de 25 de julho debateu “a hospitalidade em ambientes complexos” - Boa Viagem por Cristina Lira

Conversa “Be Our Guest” de 25 de julho debateu “a hospitalidade em ambientes complexos”

Terceiro momento da iniciativa da ADHP teve lugar no dia 25 de julho e contou com o General Manager do InterContinental Luanda. Gravação encontra-se disponível no YouTube

A terceira edição das conversas “Be Our Guest”, organizadas pela ADHP – Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal, teve lugar no dia 25 de julho e contou com a presença de Nuno Neves, General Manager do InterContinental Luanda.

A iniciativa “Be Our Guest” promove conversas informais com diretores de hotéis de referência sobre as suas experiências profissionais, a hotelaria e o setor do turismo. As conversas decorrem sempre nas últimas segundas-feiras de cada mês, às 19h. A iniciativa “Be Our Guest” será interrompida durante o mês de agosto, retomando na última segunda-feira de setembro, dia 26.

A moderação da sessão ficou a cargo de Raúl Ribeiro Ferreira, Vice-Presidente da ADHP. Em discussão esteve o tema “A hospitalidade em ambientes complexos”.

A gravação da terceira sessão das conversas “Be Our Guest” encontra-se disponível no canal de YouTube da ADHP: https://youtu.be/TBOv4TimHFU

Numa conversa pautada pela troca de perguntas e resposta entre os elementos presentes na sessão, Nuno Neves traçou o percurso profissional que o levou à direção de uma unidade de referência do Grupo IHG na capital angolana. Para o profissional, a capacidade de adaptação à mentalidade e à cultura local é parte fundamental no processo de transição entre mercados e no desafio de manter funcional a operação hoteleira num ambiente complexo, exigindo “força mental” e “espírito de missão”.

Além dos fatores pessoais, como a distância do país de origem e da família, o General Manager do InterContinental Luanda destacou desafios práticos que se colocam em mercados caracterizados por ambientes de trabalho complexos, como problemas no abastecimento de água e eletricidade. Para lidar com este tipo de problemas, Nuno Neves sublinhou a importância de cultivar, nos profissionais da hotelaria, a tenacidade, a confiança e a paciência, mas também uma capacidade de resposta e de planeamento para os momentos de adversidade. “Para tudo o que uma pessoa faz em prol do hotel ou em decisões importantes, [deve haver] um plano A, um plano B e um plano C, e [devemos] estar sempre dispostos para que nada seja uma surpresa”, considerou o profissional.

Nuno Neves deu também destaque ao papel central da formação no funcionamento de uma unidade hoteleira em contextos adversos, designadamente através da repetição de processos, considerando que a “mente aberta” e a não existência de “hábitos antigos” são características comuns nestes mercados de que os gestores hoteleiros podem tirar proveito para incutir conhecimentos formativos.

Para Raúl Ribeiro Ferreira, moderador da conversa, o trabalho dos profissionais da hotelaria em contextos de maior adversidade carece de valorização em mercados como o europeu. “Infelizmente, o trabalho feito nestes países não é muito valorizado quando se chega à Europa, injustamente por isso: porque mais do que a parte técnica, são precisos todos esses componentes que foram abordados e que fazem com que não seja apenas necessário saber servir, saber fazer os rácios, conquistar clientes. É preciso, depois, saber coisas tão simples como isso: como é que se tem água, como é que se tem eletricidade”, referiu o Vice-Presidente da ADHP.

Quando questionado sobre as diferenças entre os três mercados em que já trabalhou, o General Manager do InterContinental Luanda realçou a importância de “ter ‘jogo de cintura’ entre a religião e os hábitos” no mercado do Médio Oriente e lamentou que na Europa exista uma “cultura de cost control, cost cutting, cost effectiveness” e uma “gestão diária de recursos online para o hotel sobreviver” que retiram ao gestor hoteleiro o “contacto com o cliente”. Já no mercado africano, o profissional considera existir uma elevada versatilidade na operação, o que permite que o contacto com o cliente seja frequente, e um sentimento de contribuição para a profissionalização e o estabelecimento de novos padrões na hotelaria da região.

Sobre o panorama da hotelaria em Angola, Nuno Neves destacou a existência de uma nova geração de jovens angolanos que estão a entrar no setor e a ser formados em unidades como o InterContinental Luanda, além de cidadãos de dupla nacionalidade que se formaram e estagiaram em Portugal e estão a regressar ao país com o objetivo de trabalhar ou abrir negócios próprios.

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