Paula Rego nasceu em Lisboa, a 26 de janeiro de 1935. Faleceu a 8 de junho de 2022, em Londres, aos 87 anos. A Câmara Municipal de Lisboa lamenta a sua morte e envia à família e amigos as mais sentidas condolências.
Nome maior da pintura contemporânea mundial, começou aos 17 anos a estudar em Londres, na Slade School of Fine Art. A capital britânica seria a sua residência mais duradoura, mas a sua ligação a Portugal sempre se manteve, onde vinha, de resto, com regularidade. De sublinhar os traços da identidade portuguesa, nomeadamente o imaginário, os contos populares e recordações de infância vividas em território nacional, que marcam de forma evidente a sua obra.
As suas criações artísticas são inconfundíveis, com um percurso singular, ficarão para sempre gravadas no panorama das artes dos séculos XX e XXI, caracterizadas por uma abordagem figurativa, destacando-se das correntes vigentes da época, com uma opção preferencial pela combinação da abstração e figuração, bem como um tom satírico que se faz sentir. Nas últimas décadas a pintora abordou temas políticos, como o abuso de poder, e sociais, como o aborto, entre outros do universo feminino.
Foi condecorada em 2010 com a Ordem do Império Britânico, grau de Oficial, imposta pela Rainha Isabel II e a Medalha de Mérito Cultural, do Governo português, em 2019. Em 2016 recebeu do Município de Lisboa a Medalha de Honra da Cidade, em cerimónia que decorreu no Museu Bordalo Pinheiro.
Lisboa, 8 de junho de 2022