Os quinhentos anos do nascimento de Luís de Camões são assinalados pela Câmara de Lisboa entre 5 de maio, Dia Mundial da Língua Portuguesa, e 10 de junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, com um programa que inclui exposições, música, concursos de fotografia, percursos temáticos, oficinas e o descerramento de uma placa evocativa na estátua do poeta. No mesmo mês em que Lisboa é a cidade convidada da Feira Internacional do Livro em Buenos Aires e que o Parque Eduardo VII volta a acolher mais uma edição da Feira do Livro, a estratégia para a Cultura no município reforça o seu posicionamento na área da literatura e do livro, com um programa comemorativo do nascimento de Luís de Camões que conta com 12 iniciativas que procura destacar a ligação do poeta à geografia, à história, à memória e à identidade da cidade. Sobre as comemorações, o vereador da Cultura, Diogo Moura, refere que “Camões, mais do que honrou, glorificou a História e a língua portuguesa. E sendo a História e a língua traços essenciais, de longa duração, da nossa identidade e memória, e não prescindindo nós de a preservar e celebrar, não podíamos deixar passar esta data em claro. Permitindo-me a liberdade da paráfrase, é tamanha bem-aventurança homenagearmos Camões, que é caso para dizer, que quanto mais lhe pagamos mais lhe devemos.” No arranque das comemorações, os Paços do Concelho darão lugar à poesia e música com o concerto, a 10 de maio, para voz, piano, violino e percussão “Do Amor e da Glória em Camões”, que conta com a atriz Natália Luiza e os músicos Rui de Luna e Marcos Lázaro. A sede do município acolhe, ainda, uma exposição onde serão exibidas várias edições d’ “Os Lusíadas”, com destaque para um exemplar da obra de 1898. Nas artes performativas, a Biblioteca de Marvila abre portas em 1 de junho para o espetáculo “A Cor do Limão”, baseado num poema de Camões e dedicado à promoção de leitura para crianças. Em 10 de junho, o Miradouro de Santa Catarina acolhe um tributo do fado ao poeta pela voz de Joana Almeida, acompanhada por Pedro de Castro, Bernardo Saldanha e Francisco Gaspar, tendo como pano de fundo o Rio Tejo. Entre os vários percursos pela cidade promovidos pela autarquia no cruzamento entre Lisboa e a vida e obra do poeta, salienta-se o itinerário “Lisboa de Camões”, guiado por Maria João Lopo de Carvalho e baseado no romance “Até que o amor me mate – As mulheres de Camões”, que percorre a Lisboa quinhentista e a descoberta de novas geografias que estiveram na base d’ “Os Lusíadas”. Já Susana Araújo fará o itinerário “A Lisboa que Camões conheceu”, num percurso entre a Praça Luís de Camões e o Pátio do Tronco. As bibliotecas municipais abrem as portas às famílias com a organização de oficinas de jogos e a distribuição de “rifas camonianas”, com excertos da lírica de Camões. Na Biblioteca Camões, o destaque vai para uma exposição de 38 cartazes sobre a vida e obra do poeta, uma pesquisa de Vasco Graça Moura. Baseado na toponímia, arquitetura, arte urbana e Lisboa, o Arquivo Fotográfico Municipal lança o desafio à imaginação da Lisboa contemporânea através de um concurso de fotografia. No Dia de Camões é descerrada uma placa evocativa do V Centenário na base da estátua do poeta, na Praça Luís de Camões, cerimónia que conta com a presença do presidente da Câmara Municipal de Lisboa.