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Abav 2011: Turismo de Saúde movimenta US$ 60 bilhões no mundo

Mariana Palha, co-fundadora e diretora da Medical Travel Brasil e criadora do projeto da primeira plataforma de turismo na saúde privada do Brasil, a BrazilHealth, apresentou uma nova oportunidade no mercado de turismo: o segmento saúde. O tema foi discutido no 39⁰ Congresso Brasileiro de Agências de Viagens – Abav 2011.

É um mercado que, atualmente, movimenta cerca de US$ 60 bilhões em todo o mundo e, segundo Palha, é um bolo que o Brasil está deixando de ganhar sua fatia. A intenção do BrazilHealth é promover o Brasil como um país de excelência em saúde. “Muitos hospitais, principalmente em São Paulo, buscam suas expansões para abocanhar essa fatia e, só neste ano e no ano, a estimativa é de R$ 1 bi em investimentos em expansão dos hospitais”.

Segundo a palestrante, para a implantação desse projeto no País, o Ministério da Saúde e o Ministério do Turismo, pela primeira vez, dialogaram para encontrar viabilidade neste projeto. “Esse é um mercado que cresce no mundo todo e que o Brasil tem potencial”, afirmou.

É um conteúdo novo e, segundo a palestrante, polêmico no meio médico. “Para os médicos brasileiros, o turismo é voltado apenas para o lazer. Mas nós, que trabalhamos com isso, sabemos que não é e que pode ser lucrativo”, ressalta. O mercado do turismo de saúde, ou turismo médico, abrange tanto o turista regional quanto o internacional. “Paciente de todo o mundo, principalmente os americanos e canadenses, buscam tratamentos em outros lugares por causa do alto custo da rede médica de seus países e por não terem planos de saúde. No Brasil, os americanos conseguiriam economizar cerca de 50% com tratamentos médicos, por exemplo”, esclarece Mariana.

O paciente turista gasta o dobro que um turista comum, além disso, os tratamentos são pagos como particulares. “Os médicos ganham mais, os hospitais ganham mais, a rede de saúde brasileira lucra”. Além disso, os hospitais que terão a chance de entrar nessa rota, precisarão ter certificado internacional conhecido como Acreditação Hospitalar.

Além dos investimentos, existem desafios que precisam ser superados para que este projeto seja sucesso no Brasil, como por exemplo, a preocupação com a qualidade da medicina oferecida, a logística, desde a chegada até a saída, incluindo um follow up desse paciente.

Dentre os tratamentos mais procurados pelo paciente turista são: plástica, odontologia, cardiologia, clínica médica e cirurgia de estômago. “No Canadá, um paciente que precisa de cirurgia bariátrica (de estômago) pode esperar até cinco anos. Isso pode ser um atrativo para o paciente vir para o Brasil”, acredita Mariana que vai além: “Por que não fazer uma parceria com uma clínica de plástica ou de odontologia, por exemplo, oferecendo estes serviços como um diferencial da sua agência?”.

Uma das preocupações dos agentes de viagens presentes foi a possibilidade desse projeto saturar os atendimentos na rede de saúde brasileira. “Na conversa com os ministros da Saúde Temporão (ex-ministro) e Padilha (atual), essa foi a maior preocupação. Mas a ideia é garantir a lucratividade dos hospitais com dinheiro estrangeiro que possibilite melhorar a saúde servida para os brasileiros”, informa. Inclusive, tratamentos que exigem transplantes de órgãos não serão aceitos por questões legais. “Órgãos não podem ser vendidos e existe uma fila de brasileiros que não podem ser prejudicados pela busca de estrangeiros”, garante.

Outra dúvida do público foi com relação a participação dos agentes na busca por esse público. “A hora certa de entrar em contato é agora, pois a todo momento pacientes do mundo todo procuram preços e oportunidades para se tratarem. A agência que já oferece esse tipo de serviço, adiantando valores, sai na frente e garante fechamento de negócios mais rápido”, finaliza.

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