Em plena expansão no mercado, a energia fotovoltaica supre demandas energéticas de propriedades rurais, melhorando na produção e reduzindo custos
O Estado de São Paulo ocupa a liderança nacional na geração de energia solar. De acordo com os dados levantados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o potencial atual energético paulista é de 3,8 gigawatts (GW), capacidade suficiente para atender mais de 400 mil consumidores. Vale destacar que o Brasil, pela primeira vez, figura entre os países que mais produzem energia fotovoltaica no mundo. Em 2022, obteve cerca de 24 GW de potência instalada, o que o coloca na oitava posição no ranking mundial.
O sistema capta a irradiação solar, por meio de painéis, que é convertida em energia elétrica. Com isso, o uso de energia da rede elétrica é reduzido significativamente. “Além dos benefícios para os consumidores, como a redução nas contas de luz, a utilização da matriz solar contribui para a criação de empregos e impulsiona a economia local”, ressalta o coordenador da ABSOLAR, Pedro Drumond.
Fonte renovável e inesgotável, com uma produção sustentável, já que não emite gases poluentes, a energia solar torna-se uma das principais opções viáveis e econômicas. Em plena expansão no mercado, a energia fotovoltaica pode suprir demandas energéticas de propriedades rurais, como no bombeamento de água para abastecimento doméstico, irrigação, eletrificação de cercas, iluminação, entre outras atividades essenciais na produção.
Pensando no crescimento energético e na sustentabilidade que a energia solar proporciona, o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, disponibiliza por meio do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP), a linha de Desenvolvimento Rural Sustentável Paulista na atividade de Energia Renovável. Em 2022, foram liberados R$ 13,6 milhões, que atenderam 115 produtores, em 69 municípios. Este ano, 109 produtores de 52 municípios, acessaram a linha, com um total de R$ 10,3 milhões.
“A facilitação de acesso às energias renováveis é uma política de transição energética que irá marcar a gestão paulista. Há benefício para a toda a cadeia e para o meio ambiente”, complementa o secretário de Agricultura e Abastecimento de SP, Guilherme Piai.
“A linha de financiamento se configura como ferramenta poderosíssima no desenvolvimento da pequena propriedade. O fotovoltaico, com a taxa de juros acessível e carência, frente ao alto custo da energia e perdas dos subsídios para o rural foi um presente que o Estado nos ofereceu”, destaca o presidente do sindicato rural de Caconde, Ademar Pereira, que implantou o sistema em todo o processo de colheita da Cooperativa Agropecuária de Caconde. Segundo Pereira, além da questão da sustentabilidade, hoje, o alto valor da energia elétrica impacta diretamente nos custos de produção.
O teto de financiamento da linha do FEAP é de até R$ 300 mil para pessoa física e até R$ 800 mil para pessoa jurídica. O prazo de pagamento é de até 96 meses, com carência de até 24 meses.
O Sítio Nossa Senhora Aparecida, localizado no município de Pontalinda, no interior de São Paulo, trabalha no segmento de gado de leite. Há 10 meses, a empresa familiar implementou painéis fotovoltaicos, com o auxílio da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI). “Usamos no sítio para todos os eletrodomésticos, na ordenha mecânica, no resfriador do leite, na bomba do poço artesiano e para irrigar a pastagem. Nós tivemos uma redução no gasto com energia de 90%”, disse o proprietário e produtor rural, Silvio Feliciano.
Outro empreendimento que apostou na energia solar foi o Laticínio Família Rossato, de Pilar do Sul, que trabalha com produção de leite de búfala e queijos. Há cerca de quatro meses está sentindo a redução nos custos de produção. “O melhor benefício que o Estado poderia fazer para ajudar na redução de custos e automaticamente na melhoria dos recursos renováveis a uma região”, enaltece o proprietário Caio Junqueira.