Iniciativa em Natal mostra que artesanato deve ser tratado como arte


A linha tênue que separa o artesanato da arte tem sido cada vez menos percebida em Natal graças a iniciativa de um shopping da cidade. Por meio de uma curadoria criteriosa e ensaios fotográficos que fazem justiça às peças, o Potiguarte tem ressignificado a produção artesã local.
O movimento em favor da valorização do artesanato feito no Rio Grande do Norte nasceu da necessidade de fazer natalenses e turistas compreenderem melhor os produtos e seus usos para além da perspectiva da cultura popular.
Quem explica é a diretora do Potiguarte, Talita Motta. “A provocação que fazemos, de tratar o artesanato como arte, é para mostrar que o seu uso não deve ser reduzido ao identitário, à lembrança de uma viagem. São peças com beleza e qualidade para se vestir, decorar um espaço ou pôr à mesa”, conta ela.
Dentre as peças selecionadas pela curadoria para os ensaios incomuns estão roupas em crochê, chapéus e bolsas de palha, redes, mantas, toalhas de mesa, bordados, cerâmicas pintadas, calçados de couro e esculturas em madeira. Todos os produtos são vendidos em lojas do shopping.
As fotos são assinadas pelo fotógrafo Ian Rassari, com técnicas contemporâneas de iluminação e apego aos detalhes, e a curadoria fica a cargo de Talita, da arquiteta Rebecka Motta e do jornalista Octávio Santiago.
Com o incentivo visual, Talita acredita também que os lojistas passaram a entender melhor o quão especial são os produtos comercializados, o que não necessariamente reflete na precificação. “Não é sobre cobrar mais, é sobre vender consciente de que não se trata apenas de um souvenir, e sim de um produto de muita qualidade”, detalha a empresária.
O Potiguarte está localizado na Avenida Roberto Freire, em Ponta Negra, na zona sul de Natal. Grande parte dos produtos vendidos nas lojas são feitos no Rio Grande do Norte, com destaque para as regiões Agreste, Oeste e Seridó.

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