Entidade define público como mais exigente e de classe média alta; evento atraiu 220 mil pessoas na capital paulista
Considerada a capital dos negócios do Brasil, São Paulo lidera o ranking dos destinos nacionais que mais recebem pessoas para a realização de viagens corporativas. No entanto, muito embora o destino seja conhecido como “a cidade que nunca dorme”, o local se destaca, também, pela pluralidade de povos e pela diversidade cultural que oferece a quem o visita.
Recentemente, a cidade foi palco da realização da 17ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, evento que contou com público aproximado de 220 mil pessoas e cuja fama ultrapassa fronteiras nacionais e internacionais. Além de representar a livre expressão de homossexuais e simpatizantes ao movimento gay, o encontro alavanca o setor de viagens e turismo e dá destaque para o cartão-postal da capital: a avenida Paulista.
Para William Périco, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens de São Paulo (ABAV-SP), o público GLS é bem-vindo na capital paulista. “Além de, normalmente, não terem filhos, trata-se de uma categoria da população mais fiel, exigente e de classe média alta, que tende a gastar mais dinheiro e a aproveitar mais os atrativos turísticos do destino”, afirma.
Ao lado dos bairros Pinheiros e Centro, a região da Paulista abrange o maior número de estabelecimentos voltados ao público GLS – no total, são 78 em toda a cidade. Entre casas noturnas, bares e restaurantes que incorporam o chamado segmento gay friendly, os gastos dos frequentadores são, em média, de R$ 1,14 milhão por semana. Dados divulgados pelo Observatório do Turismo apontam que, nos dias que antecedem e sucedem a Parada Gay, a movimentação financeira nestes locais cresce e atinge os R$ 3,2 milhões.
Espalhados também por outros pontos da cidade, tais como Barra Funda, Vila Mariana, Ipiranga e Butantã, estes espaços recebem, juntos, quase 50 mil pessoas a cada final de semana. Em datas próximas à realização da Parada, a quantidade de visitantes chega a 94,8 mil.
Com base na Parada Gay de 2012, o estudo indicou que, entre o público geral, 50% das pessoas vieram de outras regiões para participar do evento, tendo permanecido, em média, 3,6 dias na capital. Deste volume, 37,9% frequentaram ambientes gay friendly e gastaram algo em torno de R$ 226,80 por noite.
Turismo
Segundo o portal Tudo de Turismo, São Paulo e Rio de Janeiro vêm se destacando no cenário mundial como as duas capitais gays da América do Sul, inclusive pelo reduzido índice de preconceito por parte da população e pela preocupação em capacitar profissionais que atuam em estabelecimentos que possuem o selo gay friendly.
Na capital paulista, por exemplo, já existem hotéis e roteiros exclusivos para o público GLS. “Sabemos que, geralmente, estas pessoas viajam em grupos e queremos que se sintam à vontade o bastante para retornarem. O evento consta entre os que mais atraem turistas para a cidade e, portanto, é de extrema importância para o destino como um todo”, argumenta o presidente da ABAV-SP.
Fonte: SPTuris e Folha de S. Paulo