Pesquisas apontam que o Brasil tem grandes atrativos e potencial, principalmente na área de biodiversidade, mas que é necessário melhorar a percepção sobre o país entre brasileiros e estrangeirosMarcelo Freixo recebeu Jeanine Pires na sede da Embratur, em Brasília (Foto: Renato Vaz/Embratur)– O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, recebeu, na tarde desta terça-feira (10), a ex-presidente da Agência, Jeanine Pires, para discutir o fortalecimento da imagem e da reputação do Brasil com foco na divulgação da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30) que acontece em novembro de 2025, em Belém (PA).
Na ocasião, foram apresentadas duas pesquisas realizadas com brasileiros e estrangeiros, por consultorias especializadas, que trouxeram dados referentes à percepção dos brasileiros sobre o próprio país e sobre como o Brasil é visto pelos visitantes do exterior.
As pesquisas foram encomendadas pela Comissão Temática de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), da qual Jeanine faz parte e presta apoio direto à Presidência da República.
Segundo Freixo, a recomendação do presidente Lula foi de criar uma imagem unificada sobre o país para a COP 30. “As pesquisas nos trazem um importante embasamento sobre como o Brasil é visto pelos próprios brasileiros. Com isso, é importante que a gente estruture uma mensagem de país, não de governo. Assim, conseguiremos consolidar o Brasil, simplesmente usando e dando destaque ao que já temos de atrativos”, ressaltou.
Visão sobre o país
A primeira pesquisa foi feita pela consultoria Opinion Box e apresentou a visão que os entrevistados têm do próprio país. A conclusão foi de que quase metade dos cidadãos definiriam o país como “doente”, mas com esperanças de grande potencial de cura. Sobre os aspectos que melhorariam a percepção dos brasileiros, foram destacados a valorização cultural, os recursos naturais e a moradia digna.
A segunda pesquisa foi apresentada pelo co-fundador da consultoria Mandalah Lourenço Bustani, que também integra a CDESS. Nesse estudo, a conclusão foi de que os estrangeiros veem o Brasil como um “amigo divertido para os finais de semana, mas que não está presente nas segundas-feiras”.
Após a apresentação das análises, Jeanine Pires ressaltou que é necessário reconstruir a identidade do país. “Nosso objetivo com esses estudos é propor a unificação da imagem do Brasil já para a COP 30, que representa uma oportunidade de colocar o país em evidência. Temos que mostrar que o Brasil tem o que o mundo precisa em diversos aspectos, entre eles o turismo. Além disso, representa um lugar de liderança no que diz respeito à biodiversidade”, enfatizou.
Marcelo Freixo destacou pontos que devem ser levados em consideração nessa reconstrução de imagem. “Eu sempre digo que o país voltou, mas ele está, na verdade, entrando em um lugar que nunca esteve. O mundo mudou e eu acho que nós somos agentes de mudança. O turismo tem que se alimentar do fato de que o Brasil é o país da esperança. Mas, temos um trabalho também de mostrar ao próprio brasileiro que ele mora em um lugar pacífico, com biodiversidade e democracia sólida. Então, isso deve ser um trabalho de autoestima que deve ser encarado por todo o Governo Federal”, comentou o presidente da Embratur.
Ele propôs, ainda, que haja uma reunião com outras áreas do governo envolvidas no tema e seja proposta a unificação do discurso sobre a imagem do Brasil a ser repassada no exterior e no próprio território nacional.