O projeto arquitetônico da vinícola Villa Francioni foi conhecido em detalhes durante a décima segunda Bienal Internacional de Arquitetura em Buenos Aires que aconteceu neste mês. Os arquitetos, Fernando J.C. Carneiro e Maurício C. Carneiro de Criciúma-SC, assinam a obra.
Os profissionais partiram de um conceito inovador e projetaram a cantina em São Joaquim, utilizando apenas a gravidade para a elaboração dos vinhos. A Villa Francioni foi desenvolvida em seis níveis aproveitando a encosta de um morro. Da recepção da uva até cave dos espumantes, há um desnível de 23 metros. O hall é também um espaço de exposições sob uma abóbada construída com tijolos de demolição reciclados. Outro ponto é a separação dos espaços de circulação dos visitantes das áreas de elaboração. As galerias promovem a visita aos ambientes em todos os níveis, sem interferir no processo de produção, e são interligadas por escadas e um elevador panorâmico. De qualquer ponto da elaboração pode-se avistar e acompanhar o processo de vinificação. Ventilação e iluminação naturais promovem economia de energia e perfeita climatização para os tanques, funcionários e visitantes. A estrutura do telhado em madeira é apoiada em arcadas de tijolos e concreto. Vitrais, gradis, lustres, portas e mobílias adquiridos em antiquários completam a ambientação. Quatro metros abaixo do nível da terra e encravada na rocha, fica a cave dos vinhos. Abaixo, oito metros sob o solo, está a cave dos espumantes. O teto das caves, em abóbada de tijolos e iluminação indireta e suave, colaboram para criar um ambiente rústico e elegante, como sugere a tradição milenar dos ambientes de vinificação. A área construída da vinícola chega aos 4.500.000 m2.
Bienal
O projeto da vinícola foi exposto durante a Bienal em Buenos Aires juntamente com outras 29 obras de Santa Catarina. A seleção foi voltada para o turismo e lazer. Cerca de 50 mil pessoas visitaram a exposição no Centro Cultural Recoleta. A convite do embaixador do Brasil na Argentina, a mostra catarinense será realizada na Galeria da Embaixada do Brasil em Buenos Aires, em março de 2010. Os projetos ainda poderão ser visitados nas cidades de Rosário e Córdoba. Os catarinenses poderão conferir a exposição, também em março do ano que vem, durante a Casa Cor no Centro Integrado de Cultura em Florianópolis.
