SÃO JOÃO DA BAHIA MARCA ENCERRAMENTO DO 31 ENCONTRO COMERCIAL BRAZTOA

 

Ao todo, 3.216 profissionais de turismo circularam pelos dois andares do Centro de Convenções do Frei Caneca, durante a realização da 31ª edição do Encontro Comercial Braztoa, encerrado hoje em São Paulo. Foram mais de dois mil agentes de viagens (2.069) participando dos dois dias do evento, que teve importantes novidades, como o agendamento de entrevistas entre agentes e operadores. Ao todo 703 entrevistas foram agendadas pelos profissionais que fizeram inscrição antecipada para o encontro. Além do novo site da Braztoa, cuja primeira fase foi apresentada durante o ECB, o evento contou também com a apresentação do novo Vai Brasil, também em fase de integração de conteúdos, que deverá estar concluído até a próxima edição da Feira das Américas, da Abav, em outubro. 

Ainda entre as novidades da feira, estiveram a Ilha de Oportunidades Financeiras e a Praça de Folhetos. As capacitações foram destacadas pelo presidente da entidade, José Eduardo Barbosa, como um dos pontos altos do evento, e serão reeditadas na versão carioca do encontro, no próximo dia 15. Outro destaque da 31ª edição do ECB foi o Fórum Braztoa, que discutiu modelos de prevenção da variação cambial junto aos diretores das operadoras. 

 

Primeiro dia – “Operar com dólar a R$ 2,50 não é ruim. O problema é isso acontecer um mês depois de termos operado com o mínimo histórico desde a desvalorização, de R$ 1,59”, disse o economista e mediador do debate sobre Oportunidades Financeiras, realizado ontem, Ricardo Santini Torres, professor da cadeira de Mercado de Capitais e Economia Internacional do curso de MBA da Brazilian Business School. Dentro das atividades do 31º ECB, o Fórum Braztoa teve o objetivo de orientar os associados da entidade sobre as ferramentas disponíveis no mercado para prevenção em relação à variação cambial, uma das principais consequências que afeta o turismo desde a deflagração da crise econômica mundial, em setembro último.

Entre os operadores associados, há concordância. “O dólar alto não é o problema. Problema, realmente, é a instabilidade”, diz a diretora da Firstar e da Braztoa, Estela Farina, que acompanhou o debate. Além do economista, o consultora da BM&F-Bovespa, Wilson Miceli, o superintendente da Caixa Econômica Federal, Mário Ferreira Neto, e o gerente de Produtos do Banco Rendimento, Eberth José Soares, apresentaram algumas ferramentas que podem proteger as operadoras das oscilações cambiais. 

O representante da CEF destacou a importância do banco como repassador de crédito, especialmente para micro e pequenas empresas de turismo. “As pessoas precisam ter acesso aos mercados, aos bens e serviços e ao crédito. A explosão de consumo que o Brasil viveu está mais associada à concessão de crédito do que ao aumento de renda”, disse, destacando o Cartão Turismo Caixa como um dos principais produtos de atuação do banco junto à demanda, com R$ 1,2 bilhão disponíveis em crédito nessa ferramenta, com 750 mil clientes ativos. 

O segmento BM&F foi destacado pelo consultor da Bovespa como uma das possibilidades de proteção contra a instabilidade cambial, no caso das operadoras, a partir da abertura de conta em corretoras. “Hoje as corretoras estão presentes em qualquer um dos grandes bancos e é um dos sistemas mais garantidos de proteção contra a variação cambial, por meio das compras na BM&F”, disse Miceli, que destacou ainda a oferta de cursos da instituição, para os operadores com interesse em aprofundar seus conhecimentos no mercado financeiro. 

O gerente do Banco Rendimento, proprietário da Cotação e da Action, apontou a Conta Corrente em Moeda Estrangeira (CCME) como a principal ferramenta para as operadoras na hora de minimizar o impacto da variação cambial. Segundo ele, o banco oferece a CCME em cinco moedas: dólar americano, canadense, australiano, libras esterlinas e euros. “Acompanhamos diretamente o mercado de vocês. Só oferecemos a CCME em dólares canadenses e australianos, por exemplo, por conta da demanda de intercâmbios culturais e estudantis para esses países”, exemplificou o gerente. As instituições participam também da Ilha de Oportunidades Financeiras, dentro do Encontro Comercial Braztoa, onde apresentam também aos agentes de viagens que participam do evento essas e outras ferramentas disponíveis no mercado. 

 

31º ECB: Vai Brasil tem primeira fase apresentada

Durante o primeiro dia do ECB, o presidente da Braztoa, José Eduardo Barbosa, e o coordenador do programa Vai Brasil, Enzo Arns, apresentaram a primeira fase do novo programa Vai Brasil, ao lado de representantes de operadoras associadas que já aderiram ao projeto. Nesta primeira fase, segundo Arns, as reservas aéreas domésticas já estão reunidas na ferramenta, um sistema de consulta e reserva on-line. “Essa é a primeira entrega, que fazemos agora, mas o objetivo é reunir todos os produtos que compõem a oferta turística nacional no Vai Brasil, para que o passageiro possa consultar e o agente e operador possam vender os produtos brasileiros”, explicou Arns.

“A ferramenta integrada permite que cada elo da cadeia cadastre seu próprio produto, o que dá mais agilidade e assegura o encontro da melhor tarifa, que pode acontecer de dois modos: com muita antecedência ou em cima da hora. É claro que no segundo caso isso só ocorre se ainda houver disponibilidade”, comentou o diretor da Nascimento Turismo, Plínio Nascimento, que aderiu ao Vai Brasil. “Em uma tela você encontra toda a oferta do Brasil para, por meio desse portal, juntar as peças necessárias para formatar o pacote”, acrescentou o diretor da Mercatur, Abrahão Finkelstein. Enzo Arns destacou a importância das tarifas oferecidas no Vai Brasil. “São tarifas negociadas para um pool de operadoras, e não para uma ou outra empresa, o que gera volume”, disse, ressaltando que há oito mil fornecedores cadastrados, de 27 Estados do País. 

 

31º ECB tem troca de experiência dentro da Oficina de Benchmarking

Empresários que participaram das viagens promovidas pelo projeto Benchmarking em Turismo – Aprendendo com as Melhores Experiências Internacionais, operacionalizado pela Braztoa em parceria com MTur, Embratur e Sebrae, assistiram às apresentações de Mariana Ferraz, da Pousada Paraíso, em Petrópolis (RJ), e Andréia Maria Roque, da Marca Brasil Rural, operadora lançada neste 31° ECB e focada no turismo rural. Ambas também participaram de viagens do projeto e por isso mesmo foram convidadas a dividir com os colegas seus casos de sucesso na implementação de práticas que serviram de referência.

Mariana mostrou exemplos práticos de mudanças que vem realizando em sua pousada, inspiradas nas visitas ao Parque Nacional Iguazú e à Serra Gaúcha. Sinalização das trilhas ecológicas, uso de papel reciclado, associação a entidades como a Abeta e o Petrópolis Convention and Visitors Bureau e qualificação, capacitação e valorização dos colaboradores estão entre as ações. Andréia contou que a viagem a Portugal serviu – não só para ela, mas para todos do grupo que esteve na região portuguesa do Rio Minho – para descobrir que o produto rural brasileiro tem qualidade e precisa começar a ser mais bem operacionalizado. Ela destacou ainda a importância de criar e firmar uma rede eficiente de parcerias.

O consultor do projeto, Daniel Spinelli, mediou o encontro e apresentou à platéia o site www.excelenciaemturismo.gov.br, criado para reunir os materiais relativos ao Benchmarking em Turismo, iniciado em 2005.

 

31º ECB tem Encontro de Negócios com fornecedores de 21 Estados

Na manhã do segundo dia de realização do 31º ECB ocorreu o Encontro de Negócios promovido pela Braztoa junto com o MTur e o Sebrae, que nesta edição reuniu 60 fornecedores de receptivo e hospedagem, representando 21 Estados brasileiros. A infraestrutura ganhou novo formato, com guichês individualizados, e wireless, de modo que os empresários puderam mostrar seus sites e outras ferramentas online aos operadores com quem estabeleceram contato. “O horário também foi estendido, com uma hora e meia a mais do que na última edição”, destaca Enzo Arns, coordenador dos projetos Vai Brasil e Viaja Mais Melhor Idade. “Os operadores podem ter condições especiais nas negociações, já que muitos dos participantes fizeram parte dos projetos Vai Brasil, Viaja Mais ou Caravanas Nacional e estão preparados para atender a públicos diferenciados, como a terceira idade, por exemplo.” Arns afirma que este também é o momento para reforçar as operações iniciadas in loco por meio destes projetos. “Além disso, é hora de aprendizado”, diz.

Prova disso são dois empresários de hotelaria que estiveram lado a lado, em guichês vizinhos: um estreante no Encontro de Negócios da Braztoa e um veterano. Talmir Duarte, da Pousada Natur Campeche, em Florianópolis (SC), conta que sempre faz questão e fica muito satisfeito de participar deste evento. Ele conta que a sua parceria com a TAM Viagens, que ainda está ativa, começou numa rodada de negócios da Braztoa, cerca de dois anos atrás. Mamede Rebouças, da pousada Jangadas de Caponga, em Cascavel (a aproximadamente 50 quilômetros de Fortaleza, CE), esteve pela primeira vez no Encontro de Negócios Braztoa. Entre uma visita de operadores e outra, os dois conversavam e trocavam experiências. “Mesmo que os resultados não sejam imediatos, esse contato sempre pode render frutos. É a lei do retorno”, analisava Duarte.

 

O 31º Encontro Comercial Braztoa tem o patrocínio do Ministério do Turismo, Embratur, Sebrae Nacional, Senac, Bahiatursa, Claro, Sebrae-MG, Setur (Viva Minas), Governo de Minas, Instituto Estrada Real e FIEMG, Mendoza, Buenos Aires, República Tcheca e Editora Abril. São apoiadores: Anhembi Morumbi, UNG, Webjet, Gol, SPCVB, Emprotur, Abeta e Aviesp.