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Estratégias do Turismo da República Tcheca serão Aplicadas no Brasil

Primeiro grupo de empresários a participar do Programa Benchmarking em Turismo 2010 retorna ao Brasil e inicia a propagação do conhecimento.

Retornou ao Brasil o grupo de empresários brasileiros selecionados para participar da primeira etapa do Programa Benchmarking em Turismo 2010, uma iniciativa de entidades públicas ligadas ao setor para fortalecer o turismo no Brasil.

Nesta primeira etapa do programa, que teve como foco de observação a operação e gestão de destinos em países emergentes, os empresários cumpriram intenso roteiro de reuniões e visitas em três cidades da República Tcheca: Praga, Karlov Vary e Cesky Krumlov.

As visitas técnicas ocorreram no período de 9 a 16 de maio e foram acompanhadas por representantes das entidades parceiras do programa, Sebrae, Ministério do Turismo, Embratur e ABAV.

Observando as técnicas de recepção, orientação e retenção do turista no destino, os participantes visitaram os suntuosos monumentos históricos do país, como o Castelo de Praga, do século XIV, residência oficial da presidência, o Hotel Pupp, em Karlov Vary, cenário de filmes famosos como, “007 – Cassino Royale” e “Triple X” e as construções medievais de Cesky Krumlov.

Também fez parte da programação extenso cronograma de palestras e debates com agentes, operadores e representantes do governo tcheco, preenchimento de relatórios e participação em reuniões de avaliação das melhores práticas.

De volta ao Brasil, os empresários têm agora o desafio de aplicar em suas empresas as práticas observadas, além de realizar encontros regionais de multiplicação dos conhecimentos adquiridos, visando o aprimoramento qualitativo do turismo, nos destinos em que atuam.

“O nível da experiência foi bom tanto pelos atrativos visitados, como pelas experiências que trocamos com os outros participantes”, disse Bibiana Schappel, uma das empresárias participantes do programa. “O comprometimento do grupo foi grande e eu acredito que daqui há alguns anos nós poderemos sentir nas nossas empresas, nas nossas instituições, muitas coisas positivas que foram resultantes desse projeto”, completou.

O representante do Sebrae, Ricardo Guedes, explica que para ingressar no programa, os participantes assinam um termo de adesão onde se comprometem a dar continuidade às ações. “O Sebrae, junto com os demais parceiros, realiza acompanhamento de tudo o que foi constatado na viagem, se está sendo de fato aplicado nas empresas brasileiras, cronograma de execução das ações e apoio também nos eventos de multiplicação”.

Com um número de habitantes que não chega a região metropolitana do Rio de Janeiro – apenas 10,2 milhões de pessoas e com extensão territorial equivalente à soma aproximada dos territórios da Paraíba e Sergipe, 78.864 km2 – a República Tcheca recebe hoje mais turistas do que o Brasil. São cerca de 6,6 milhões de visitantes anualmente em território tcheco contra aproximadamente 5 milhões no Brasil.

Para o diretor do ICCABAV / ABAV Nacional e responsável pela execução do Programa, Antonio Azevedo, na condição de país emergente em processo de consolidação internacional, a República Tcheca tem muito a ensinar ao Brasil. “Foi escolhida a República Tcheca exatamente por ser um país que saiu de uma economia estatal comunista, e, em poucos anos desenvolveu uma economia de mercado, gerando milhares de empresas e milhões de novos empregos, embasada significativamente no desenvolvimento gerado pelo turismo”, disse Azevedo.

“Era um país enclausurado, que tão logo se abriu, permitiu que muitas pessoas se interessassem por esse tesouro e o país soube compreender a importância de se estruturar para que o turismo passasse a ser uma de suas principais atividades econômicas”, completou o diretor do ICCABAV.

Com relação às boas práticas encontradas, a representante da Embratur, Delma Andrade, destaca a comunicação unificada do destino. “Em todas as reuniões que tivemos ficou muito claro que os palestrantes adotavam a mesma linha de discurso focado na questão histórico-cultural da República Tcheca”, disse. “È uma lição que podemos levar ao Brasil, que não é possível vender tudo ao mesmo tempo. É preciso focar em produtos turísticos, focar em públicos-alvos e trabalhar com informação, qualificando os produtos e o material de divulgação”.

Delma defendeu que a diversidade cultural brasileira é um diferencial competitivo do Brasil que deve ser um dos pilares para o desenvolvimento do turismo nacional

O representante do Ministério do Turismo, Sérgio Flores, ressaltou outros dois pontos observados como boa prática. A integração entre destinos turísticos nacionais e internacionais e as parcerias público-privadas.

“Nos pontos de visitação sempre há cartazes promovendo outros destinos. No exterior, em alguns casos, a República Tcheca vende suas atrações em conjunto com países próximos e com características semelhantes. O governo tcheco permite a realização de grandes eventos e festivais em locais históricos, com Igrejas e Castelos, que acabam servindo de atração para outros roteiros turísticos do país. São apenas alguns exemplos de estratégias que funcionam e que podem ser adaptadas ao Brasil”, finalizou ele.

Benchmarking

Termo pouco conhecido, benchmarking significa a busca das melhores práticas que conduzam a um desempenho superior. É visto, na indústria, como um processo positivo e pró-ativo por meio do qual uma empresa examina como outra realiza uma função específica a fim de melhorar seu próprio desempenho.
Há cinco anos esta técnica vem sendo aplicada ao turismo brasileiro. Parceria do Ministério do Turismo, Embratur, Sebrae e ABAV, o Programa Benchmarking em Turismo 2010 prevê visitas técnicas em seis roteiros nacionais e quatro internacionais.

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