Bill Clinton inicia comemorações dos 30 anos da Unp

Foto: Canindé Soares.

O 42º presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, fez uma palestra para mais de 500 pessoas – entre estudantes, jornalistas, políticos, líderes empresariais e professores – neste sábado (5), na Universidade Potiguar (Unp). O discurso do ex-presidente – que é chanceler honorário da Laureate International Universities, rede que congrega instituições privadas de ensino superior em 21 países, da qual a Unp faz parte – marcou o início das comemorações dos 30 anos da instituição.

Antes do início do pronunciamento de Clinton, o presidente da rede Laureate para o Brasil, Luis Lopez, ressaltou a importância do norte-americano a nível mundial, narrando desde a sua atuação como presidente dos Estados Unidos, em que promoveu a mais longa expansão econômica do país, até a sua iniciativa de amplitude global, ao fundar a Willian J. Clinton Foundation.

Os desafios do século XXI, desenvolvimento da educação superior, avanços científicos, combate à Aids e outras doenças como malária e tuberculose, políticas de redução da desigualdade social, economia e política mundial. Esses foram alguns dos temas discorridos por Bill Clinton durante cerca de 50 minutos, em que ele focou principalmente no estímulo aos aspectos positivos da interdependência global e no universo de oportunidades que os jovens têm acesso na atualidade.

Sempre num tom otimista e instigante, Clinton destacou o período propício que o Brasil está atravessando, com grande desenvolvimento não só na economia, como também na política. “A influência do Brasil para nossa época é crescente”, ponderou.

Um dos pontos altos da palestra foram os elogios aos programas brasileiros que reduzem as disparidades sociais, como o Bolsa Escola, que segundo ele, permitiu um índice de 80% de freqüência das crianças na escola primária. Clinton também mencionou a política brasileira de distribuição de remédios contra a Aids, que considera um modelo a ser seguido por outros países.

Porém, ele não se restringiu aos elogios, ao passo que também expôs a existência das contradições internas no Brasil. “O país lidera a luta contra o aquecimento global, e é um dos maiores produtores de biocombustível do mundo”, apontou ele, advertindo que quanto mais desenvolvida é essa produção, maiores são os riscos e prejuízos ao meio ambiente.

“O Brasil está vivendo na borda de várias mudanças que podem trazer efeitos positivos e negativos. Os jovens vão ter que lidar com um mundo de muitas oportunidades e avanços científicos”, concluiu.

Desafios para a juventude

Outro grande desafio para os jovens, na ótica de Clinton, é como lidar com a grande quantidade de informações e situações peculiares e preocupantes em todo o mundo, como as tensões no Oriente Médio e o bloqueio israelense na Faixa de Gaza.

“Temos uma geração de jovens comprometida com a redução das forças negativas da interdependência global. O mais provável é que o século XXI venha a ser o mais fascinante, mas depende de vocês pensarem o que fazer para contribuir para que possamos viver num mundo melhor”, opinou.

O ex-presidente defendeu o compartilhamento de informações a nível global como uma das saídas para o enfrentamento dos maiores problemas mundiais, elencando como principais: a desigualdade social, a instabilidade diante de questões como o terrorismo e a crise econômica.

Para ele, a esperança do século XXI é a paixão mundial das pessoas que se envolvem com Ongs, citando como exemplo as doações para o Haiti após o terremoto ocorrido no início de 2010.

Na ótica do norte-americano, as pessoas devem acreditar na construção das forças positivas e na redução dos aspectos negativos da interdependência. “O que vai mudar o mundo são as microsoluções que geram macrosoluções”, presumiu, sempre ressaltando que “todos podem pensar em contribuir”.

Encontro – Antes da sua fala, o ex-presidente recebeu aproximadamente 50 autoridades locais e internacionais, como o governador Iberê Ferreira de Souza (PSB), a prefeita Micarla de Sousa (PV), o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Robinson Faria (PMN), o deputado federal Fábio Faria (PMN), os senadores José Agripino Maia (DEM), Rosalba Ciarlini (DEM) e Garibaldi Alves (PMDB), a reitora da Unp, Sâmela Gomes, e o presidente da rede Laureate para a América Latina, Bill Dennys.